O projeto Árvore da Sorte, criado pela AGVIPP Projetos, da Bahia, e certificado pela Secretaria de Reformas Econômicas, do Ministério da Fazenda, vai trocar 2 milhões de sachês de sementes por 200 mil árvores plantadas. O criador do projeto Árvore da Sorte e presidente-executivo da AGVIPP, Luiz Cláudio Batista, informou que se trata de uma campanha de incentivo da venda de sachês de legumes, verduras e hortaliças para, em um primeiro momento, fomentar a agricultura familiar.
“As pessoas vão no site e fazem a aquisição de uma semente. Automaticamente, no próprio regulamento, quando ela faz esta aquisição, ela está doando ao próprio projeto, e nós iremos implantar as hortas comunitárias na Ilha de Itaparica, e vamos também fomentar hortas existentes em outros municípios brasileiros”, disse Batista.
A campanha tem autonomia para comercialização de 2 milhões de sachês de sementes. Para cada dez sachês vendidos, uma árvore será plantada. Com essa proposta, a meta são 200 mil árvores a serem plantadas. O projeto prevê também, por enquete popular, a realização de mutirões para limpeza de praias. Parte das árvores será plantada, a partir de julho próximo, no município baiano de Simões Filho, onde será feita uma reserva piloto do projeto, tanto em relação ao reflorestamento, como à questão das hortas.
Georreferência
Serão visitadas cidades em outros estados com o mesmo objetivo, buscando parcerias que queiram se unir à iniciativa. “Todo e qualquer plantio terá acompanhamento técnico, que será georreferenciado”, disse o idealizador do projeto. Destacou também que após o plantio, o município pode buscar obter crédito de carbono relativo ao volume de árvores que será plantado, criando, ao mesmo tempo, o conceito de reserva ambiental. Segundo Luiz Cláudio Batista, as espécies de árvores que serão plantadas atenderão aos biomas das regiões.
Informou ainda que além de colaborar com a sustentabilidade no Brasil, os participantes do projeto, sejam pessoas físicas ou empresas, concorrerão a prêmio de R$ 17 mil, na forma de uma motocicleta do ano. Batista salientou a importância de se investir no crescimento sustentável, no Brasil e no mundo, em sintonia com as diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a importância da preservação ambiental.
Mata Atlântica
Em dezembro do ano passado, a ONU reconheceu o Pacto Trinacional da Mata Atlântica como uma de suas dez Iniciativas de Referência da Restauração Mundial. O projeto envolve 300 organizações que objetivam preservar e restaurar o que restou da Mata Atlântica em países como Brasil, Paraguai e Argentina. Cerca de 700 mil hectares de terra já foram restaurados e o objetivo é proteger e reviver um milhão de hectares até 2030 e 15 milhões de hectares até 2050, área maior do que a de todo o Nepal, Grécia ou Nicarágua.
Essas organizações estão protegendo também espécies ameaçadas, como a onça-pintada e o mico-leão-dourado, assegurando o abastecimento de água para as pessoas e para a natureza, combatendo e criando resiliência à mudança climática e gerando milhares de empregos. A informação é do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Mais de 90% da floresta original da Mata Atlântica já foram destruídos, em razão, principalmente, da expansão da agricultura, da pecuária, da exploração madeireira e da urbanização.