Marta Nobre, Edição
Réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em duas ações no âmbito da Operação Lava Jato, o ex-presidente da Câmara e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) terá ministros da Corte como vizinhos em sua nova morada em Brasília.
O peemedebista entregou as chaves da residência oficial da presidência da Câmara nesta segunda-feira, 25 dias após renunciar ao comando da Casa. Segundo o setor de habitação da Câmara, o parlamentar já se mudou para um apartamento funcional na 316, no final da Asa Sul. Na quadra moram os ministros do Supremo.
O imóvel é o único apartamento funcional da Câmara na quadra. Conforme o setor de Habitação da Casa, o local estava desocupado há cerca de um ano. O apartamento é antigo e passou por pequenas reformas para receber Cunha: foi pintado, teve os tacos do piso consertados e o tampo de uma mesa, trocado.
O apartamento é mais de quatro vezes menor do que a residência oficial da presidência da Câmara. A nova moradia de Cunha tem cerca de 180 metros quadrados, ante 800 metros quadrados da mansão oficial. De acordo com a Casa, o apartamento tem três quartos, sendo apenas um suíte, mais dependência. O metro quadrado na região custa cerca de 14 mil reais. O valor do imóvel, em números redondos, está estimado em 2 milhões 600 mil reais.
Apesar de a Câmara confirmar que Cunha terá ministros do Supremo como vizinhos, sua assessoria disse que não irá informar o novo endereço completo do peemedebista. Mesmo afastado do mandato por decisão do STF, a Mesa Diretora autorizou que ele ocupasse um apartamento funcional, para que a residência oficial fosse liberada o quanto antes.
A permanência de Cunha na residência oficial vinha incomodando a cúpula da Câmara. Sem o espaço, o novo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fazia reuniões em seu gabinete ou apartamentos cedidos pelos colegas. A residência oficial não serve apenas de moradia do presidente, mas de espaço de encontros políticos e recepções oficiais.