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Assassinato de Nemtsov aborta suposta intervenção na Ucrânia

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, afirmou neste sábado que Boris Nemtsov, opositor do regime do Kremlin assassinado nessa sexta-feira (27), disse recentemente que planejava tornar públicas provas convincentes da ingerência militar russa na Ucrânia.

“Há umas semanas falamos sobre como edificar as relações entre a Ucrânia e a Rússia, da forma como gostaríamos que fossem. Boris disse-me que ia revelar publicamente provas convincentes da participação das Forças Armadas russas na Ucrânia”, afirmou Poroshenko.

Segundo o chefe de Estado da Ucrânia, “alguém” tinha muito medo de que isso acontecesse. “Boris não tinha medo. Os executores tinham medo e por isso o mataram”, ressaltou.

Poroshenko destacou que Nemtsov era “um grande amigo da Ucrânia e um grande patriota da Rússia”, uma pessoa que “fazia a ponte” entre os dois Estados.

“No dia 1º de março, ele ia encabeçar uma marcha de grandes dimensões [em Moscou] para demonstrar que existe outra Rússia, que quer a Ucrânia, que respeita os direitos humanos e para quem a palavra liberdade tem significado”, acrescentou.

Boris Nemtsov, de 55 anos, copresidente do Partido Republicano da Rússia, foi alvejado na noite de sexta-feira quando passeava perto do Kremlin.

Entre os vários cargos políticos ocupados por Nemtsov estão o de governador da região de Nizhny Novgorod, no centro da Federação russa, e de deputado e vice-primeiro-ministro no final dos anos 1990, sob a presidência de Boris Yeltsin. Depois de sair do Parlamento, em 2003, Boris Nemtsov liderou vários partidos e grupos da oposição.

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