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Assédio do PMDB ao DEM acende pavio de pólvora na base aliada

Foto/Arquivo Notibras

Igor Gadelha, colaboraram Tânia Monteiro e Isadora Peron

A gota d’água para as duras críticas disparadas na noite desta quarta-feira, 20, pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), contra o presidente Michel Temer e o PMDB foi o assédio peemedebista a um deputado do PSB de Pernambuco que negocia migração para o DEM.

De acordo com dois influentes parlamentares do DEM, o presidente da Câmara se irritou profundamente ao tomar conhecimento no fim da tarde desta quarta-feira que integrantes da direção do PMDB teriam convidado o deputado Marinaldo Rosendo (PSB-PE) para se filiar ao partido, mesmo sabendo que o político pernambucano vinha negociando com o DEM.

A irritação de Maia e integrantes da cúpula do DEM com o PMDB vem desde julho, quando Temer foi à casa da líder do PSB na Câmara, Tereza Cristina (MS), e convidou pessebistas dissidentes para se filiarem ao PMDB. O mal-estar aumentou no início de setembro, após o PMDB filiar o senador Fernando Bezerra (PE), que também vinha negociando com o DEM.

Irritado com a postura do PMDB, o presidente da Câmara disparou críticas e convidou deputados do PSB para um encontro nesta quinta-feira, 21, para tratar do assunto. “Quando a gente faz um acordo, tem que cumprir a palavra. A coisa mais importante da política é a palavra. Eu já avisei o presidente, isso causou muito desconforto dentro da bancada”, disse Maia em entrevista à imprensa.

Ele se referia ao episódio, durante a tramitação da primeira denúncia contra Temer na Câmara, em que o peemedebista teve um encontro com integrantes da cúpula do PSB. Na época, segundo Maia, Temer foi a um jantar em sua casa negar que o PMDB estivesse fazendo uma ofensiva no PSB.

O deputado destacou ainda que o fato de os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil) terem participado do ato de filiação de Bezerra mostra que há uma “digital” do governo na iniciativa. “Isso é muito grave. A gente não pode ficar levando facada nas costas do PMDB, principalmente de ministros do Palácio e do presidente do PMDB (o senador Romero Jucá)”, criticou.

Mais cedo, em entrevista, Maia pediu que o Planalto seja mais “respeitoso” com ele durante a tramitação na Casa da segunda denúncia contra Temer. “Vou conduzir esse processo como conduzi o primeiro, apesar de muita intriga, muito fogo amigo na primeira (denúncia). Espero que, nesta segunda, o palácio seja mais respeitoso comigo”, disse.

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