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Denúncia na Câmara

Assédio moral a servidores vira rotina no governo Rollemberg

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Luís Cláudio Alves

Um grupo de servidores e dirigentes sindicais acusou o governo do Distrito Federal de assédio moral. A acusação foi feita na tarde desta quinta-feira (17), durante comissão geral promovida pela Câmara Legislativa exatamente para debater denúncias de assédio contra servidores, empregados públicos e dirigentes sindicais. Na opinião de vários participantes, essa prática e a perseguição se tornaram uma política do atual governo.

O debate foi promovido pelos deputados Wellington Luiz (PMDB), Celina Leão (PPS), Raimundo Ribeiro (PPS) e Robério Negreiros (PSDB). Ribeiro sugeriu uma ação judicial coletiva por assédio moral contra o governador Rodrigo Rollemberg. O deputado afirmou nunca ter presenciado uma tentativa tão grosseira de desmonte do serviço público do DF. Ele destacou ainda que a Câmara tem sido um local de acolhimento das reclamações dos servidores de várias áreas contra o GDF.

O deputado Wellington Luiz também considera que a perseguição aos servidores é constante. Para ele, o governador não dialoga com as categorias, não cumpre compromissos assumidos e se dedica a perseguir dirigentes sindicais e servidores.

O diretor do Sindágua, Pedro Cerqueira Medeiros, declarou estar sofrendo assédio, inclusive com processo de demissão na Caesb. Vários outros servidores também relataram casos de assédio e perseguição na empresa. O sindicalista afirmou que o governo está promovendo ataques organizados contra os trabalhadores e pediu a união de todas as categorias.

A diretora de Assuntos Jurídicos do Sindágua, Fernanda da Silva Fernandes, disse que os trabalhadores da Caesb vêm sofrendo há algum tempo um ataque massivo de assédio moral e perseguição, desde que se manifestaram contra a privatização da companhia. Para ela, o comportamento do gestor da empresa é de terrorismo, criminalização e judicialização da luta dos trabalhadores. Os dirigentes da Caesb aproveitaram o debate para propor a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar irregularidades na empresa.

Já a deputada Celina Leão (PPS) ressaltou que assédio moral é crime definido em Lei. “O que temos vivido no DF é assustador, beira o fascismo”, avaliou. A distrital lembrou que tem atuado para rejeitar todos os projetos do governo que prejudicam os servidores públicos e lamentou a aprovação, recentemente, de proposta que permite ao governador utilizar os recursos das empresas públicas livremente.

Na opinião de Celina, o projeto vai promover o sucateamento das empresas públicas. A deputada informou já ter ingressado com representação no Tribunal de Contas do DF e no Ministério Público pedindo a anulação da medida.

Por sua vez, o deputado Agaciel Maia (PR) afirmou que, mesmo sendo líder do governo na Casa, discorda de alguns tratamentos do GDF aos servidores. Ele se manifestou contra a perseguição aos trabalhadores e prometeu que levará ao governo as denúncias relatadas, deixando claro sua discordância com tais práticas.

O deputado Bispo Renato Andrade (PR) também prestou solidariedade aos servidores. Para ele, ser punido por pensar diferente do gestor é uma prática de ditaduras. E o presidente do Sindicato dos Servidores e Empregados da Administração Direta, Fundacional, das Autarquias, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista do DF (Sindser), André Luiz da Conceição, lembrou os seguidos adiamentos e descumprimento de promessas do governador em relação ao pagamento dos reajustes salariais de diversas categorias. Para ele, a ameaça de parcelamento dos salários é mais um caso de perseguição do governo.

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