Um dos conceitos que aprendemos a desconstruir nas aulas de design de interiores diz respeito à simetria. Mas, mais difícil que afastar esta formulação que nos acompanha desde a infância de nós mesmos é aplicá-la no projeto alheio, por mais simples que possa parecer.
Dia desses, ao ajudar minha cunhada na decoração da festa de aniversário do filho, tentei desfazer todos os pares de vaso que eram colocados na mesa. E escutei “mas eu gosto de tudo igual de um lado e de outro”.
E como explicar que o único, o diferente e o desarrumado também são belos e, dessa forma, se destacam mais? Desde que, claro, tenham fundamento em sua aplicação.
E essa noção de simetria está em toda parte e nos segue há muitos e muitos anos para nos dar uma sensação de conforto visual e de segurança por meio do equilíbrio. Dois criados-mudos ao lado da cama, cadeiras iguais numa mesa, sem contar os conjuntos de sofás que às vezes combinam até com as poltronas.
Além da assimetria, outros pontos também são levados em consideração na hora de formular o diferencial em um projeto. Brinque com volumes: um vaso alto, uma banqueta média e um tacho quase na altura do chão podem compor o canto de uma sala, por um exemplo.
Pense em cores diferentes para o mesmo ambiente. Teto escuro com paredes claras ou vice-versa podem criar um efeito inesperado na sua cozinha, ambiente que muitas vezes segue o padrão do mercado. Ou ainda no banheiro que está sem personalidade.
Outro assunto que vale a pena falar é o elemento-surpresa. Já pensou em usar uma cômoda como apoio para a cuba do lavabo ou um pequeno vaso como xícara? O inusitado surpreende e pode dar nova função a algo que estava jogado e esquecido dentro do armário. Se cada um de nós é um ser único, por que temos de ter uma casa que vive de padrões, não é mesmo?