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Astrônomos sugerem esquecer ET’s; não aparecem porque eles estão extintos

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Salvador Nogueira, do Mensageiro Sideral

Uma dupla de astrobiólogos na Austrália acaba de propor uma hipótese para explicar por que ainda não encontramos nenhum sinal de vida extraterrestre lá fora. Provavelmente, eles estão todos extintos. A ideia básica é que só estamos nós por aqui agora porque a Terra teve a sorte de ver surgir o tipo de vida certo na hora certa.

A proposta tenta resolver um aparente paradoxo: sabemos que, no passado remoto do Sistema Solar, uns 4 bilhões de anos atrás, pelo menos três planetas eram potencialmente amigáveis à vida: Vênus, Terra e Marte. No fim, restou apenas um, o nosso. Por quê?

Segundo Aditya Chopra e Charley Lineweaver, da Universidade Nacional Australiana, isso ocorreu porque na Terra a vida teria tomado as rédeas do planeta bem cedo, regulando o ambiente para favorecer sua contínua existência. Essa é a famosa (e controversa) hipótese Gaia, formulada por James Lovelock e Lynn Margulis.

Em Vênus e Marte, o desfecho teria sido outro. Mesmo que formas de vida tenham surgido por lá durante seu passado habitável, a evolução não produziu os organismos necessários para promover essa auto-regulação. Sem a ajuda de Gaia, alegria de venusiano e marciano dura pouco.

Lineweaver e Chopra acreditam que essa história toda revela um aspecto mais profundo sobre a vida no Universo: a noção de que, na maioria dos mundos que nascem habitáveis, a biosfera não se torna capaz de fazer a regulação do ambiente a tempo de reverter a inexorável marcha rumo à inabitabilidade.

Caso estejam certos, o surgimento da vida seria uma ocorrência comum, mas seu destino mais frequente seria a extinção rápida. Com isso, mundos que permanecem habitáveis por bilhões de anos, tempo exigido para o surgimento de espécies inteligentes, seriam raríssimos. Será?

O artigo científico de Chopra e Lineweaver, que se apresenta como uma nova possível explicação para o famoso paradoxo de Fermi (se ETs são comuns, onde eles estão que não conseguimos achá-los?), saiu na edição de janeiro do periódico “Astrobiology”.

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