Fausto Macedo e Julia Affonso
O prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT), e sua mulher Gicélia Viana foram conduzidos coercitivamente pela Operação Buracos, deflagrada nesta segunda-feira, 30, pela Polícia Federal em ação conjunta com a Procuradoria e a Controladoria-Geral da União que investiga desvios de cerca de R$ 700 milhões em recursos públicos no âmbito do Departamento de Estradas de Rodagem do Acre e do DNIT de Rondônia.
Marcus Alexandre, que foi diretor-presidente do Departamento de Estradas do Acre, é aliado do governador Tião Viana (PT). No sábado, o prefeito foi lançado pré-candidato pelo partido à sucessão de seu padrinho político.
O esquema investigado envolve servidores do Deracre e do DNIT/RO, além de empresários. Os valores eram pagos por serviços não executados e materiais que nunca seriam entregues. O grupo também se utilizava de funcionários fantasmas.
Três servidores do DNIT/RO foram afastados de seus cargos por suspeita de envolvimento com a organização.
São investigados os crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O nome da operação faz referência a uma assertiva de que “no Estado do Acre, buracos dão lucros para poucos!”
Segundo a PF, foram apreendidos com um alvo da Operação Buracos R$ 15 mil em dinheiro e um revólver calibre 38. O inquérito foi aberto em 2013.
O delegado Jacob Melo, que conduz a operação, afirmou que a PF não tem interesses políticos em suas missões e se empenha na defesa da sociedade. “Temos interesse em investigar os fatos.” Segundo ele, a PF investiga “do mendigo ao presidente da República”.
A reportagem tentou contato com a prefeitura de Rio Branco, mas ainda não obteve retorno.