Uma das lições que aprendi na vida é que, às vezes, o universo oferece exatamente o que pedimos, para que de alguma forma, pareça algo que não queremos. Às vezes, as coisas que você está resistindo são uma parte necessária da viagem e você não vai chegar lá se continuar deixando para depois.
Às vezes, as oportunidades e conexões que precisamos não estão onde nós pensamos que vamos encontrá-las, mas dentro de nós mesmos. Às vezes, precisamos estar em situações desafiadoras para termos a claridade que precisamos, aprendermos sobre nós mesmos e crescermos da maneira que nunca cresceríamos em outras situações.
Há alguns anos teve um terremoto aqui em Washington DC. Lembro que na época eu trabalhava no nono andar e, durante o terremoto, meu computador tremeu, meu copo com água caiu no chão e todo mundo saiu correndo para descer escada abaixo.
As ruas tinham milhares de pessoas. Depois de algumas horas, a multidão foi se dissipando. Quando eu cheguei em casa, os livros e papéis da minha estante estavam no chão, várias coisas tinham saído do lugar, e imediatamente senti aquela frustração intensa.
Notei, porém, que em meio a livros e papéis, a maioria era entulho de coisas que eu não queria mais na minha vida, mas ainda estava acumulando. E precisou vir um terremoto, tirar tudo do lugar e me mostrar que eu precisava jogar coisas fora para dar espaço para o novo.
E em nossa vida é assim também. De vez em quando vem um terremoto e chacoalha tudo. Precisamos mexer no entulho emocional, definir o que fica e o que vai para dar espaço a novas possibilidades. Quando nossos corações se sentem instáveis, é difícil se sentir seguro.
Quando a fundação do nosso coração sente-se instável ou quebrada, é difícil encontrar nosso balanço. Trabalho vira fardo, a saúde torna-se um desafio, a confiança vai por água abaixo e tomar decisões é mais difícil ainda.
Por outro lado, enquanto nós estamos lutando para encontrar nosso equilíbrio, também estamos de pé no precipício de possibilidades.
O maior presente de um coração instável ou das incertezas é a oportunidade de curar as feridas que não sabíamos que estavam lá – muitas vezes desde a infância. E descobrir um amor que é mais profundo do que tínhamos imaginado: o amor por nós mesmos.
No processo de ter e perder, cair e levantar, quebrar e consertar, fechar e abrir, mudar de lugar para depois colocar de volta, eu aprendi uma coisa: a confiança profunda que independe da situação, pois a nossa essência continua a mesma. Ela reside no nosso coração e volta para gente no amor-próprio, de novo e de novo.
Tempo atrás foi estranho na minha vida; parece que os astros andaram um pouco desalinhados e as coisas todas saíram do lugar. Precisei fazer várias mudanças, passar por um processo de coaching, deixar umas coisas de lado, me desapegar, mas tudo se alinhou.
E esta mensagem é para você que neste momento tem as coisas fora do lugar. Sair da nossa zona de conforto dá espaço para infinitas possibilidades na nossa vida.
A nossa jornada é uma oportunidade de viagem de volta para nós mesmos. Ela vai sempre testar a nossa relação com a fonte, com o universo e nossa vontade de estar aqui enquanto estamos vivos. E vai dar sempre espaço para o autoconhecimento e para o amor-próprio.
Tenha coragem e disposição para enfrentar as situações difíceis e saber se mover através delas. Se reconhecer é crescimento. É perceber que você fez um trabalho duro e está trazendo de volta a sabedoria da experiência.
E independentemente da situação, lembre-se que as coisas sempre voltam para o lugar.