Pedro Nascimento, Edição
O FBI (polícia federal americana) obteve um depoimento de 97 páginas de Stephen Paddock, autor do massacre de Las Vegas, que revela parte da rotina excêntrica do atirador. As declarações constam em uma ação judicial movida por ele contra um cassino de Las Vegas, em 2013. O documento, obtido pela TV CNN, mostra que Paddock fazia altas apostas, de até US$ 1 milhão, em cassinos da cidade e precisou ser tratado de ansiedade.
No depoimento, Paddock aparenta ser um aposentado rico e arrogante que havia se tornado um apostador e fazia viagens aos cassinos dos Estados Unidos. O atirador chega a se declarar como “o maior jogador de pôquer eletrônico do mundo” e afirma ter jogado 14 horas por dia durante todo o ano de 2006.
Stephen Paddock – Contador público de 64 anos e sem antecedentes criminais, Stephen Paddock matou 58 pessoas e feriu mais de 500 ao abrir fogo contra uma multidão que assistia a um festival de música country.
Em 2013, Paddock tentou processar o hotel cassino Cosmopolitan (Las Vegas) por ter escorregado e caído no piso molhado do estabelecimento, mas ele perdeu a ação. Os depoimentos dados durante as audiências do processo evidenciam seu estilo excêntrico.
O autor do maior massacre nos EUA afirma, no texto, que jogava toda a noite e dormia durante o dia, sem nunca consumir bebida alcóolica porque era preciso estar “sempre alerta” quando estava apostando. O aposentado ganhava de US$ 100 a US$ 1.350 por aposta e disse ainda que podia gastar US$ 1 milhão por noite com o jogo, que para ele não seria muito dinheiro.
Apesar disso, Paddock preferia levar suas próprias bebidas quando estava nos cassinos, para não ter de gastar dinheiro em gorjetas. Na época, ele chegou a viajar três semanas por mês e vivia em estabelecimentos que o ofereciam quartos de graça entre Califórnia, Nevada, Texas e Flórida.
A declaração obtida pela CNN também traz elementos da biografia do atirador, que conta ter crescido na Califórnia e trabalhado para o departamento de impostos antes de investir seu dinheiro. Paddock também admite que tomava diazepam (Valium) para controlar a ansiedade, após prescrição médica. Efeitos colaterais da droga são raiva, irritabilidade e agressividade. O médico que receitou o remédio, Steven P. Winkler, não quis comentar o caso.
No dia 1º de outubro, o homem abriu fogo contra os espectadores de um festival de música country, matando 58 pessoas e ferindo quase 500 outras. A motivação para os disparos de Paddock ainda não desconhecidas.