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Atletas sofrem com série de contusões, mas os sedentários não ficam para trás

Em tempos de Olimpíada, as atenções se voltam completamente aos protagonistas dessa festa mundial: os atletas. Eles são exigentes com praticamente tudo, alimentação, treinos diários e intensos que duram horas e principalmente o respeito aos limites físicos. Mas nem sempre esse respeito, atenção e cuidado são suficientes para evitar as temíveis lesões.

No primeiro dia de competições da ginástica artística na edição dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no último sábado, o mundo viu o ginasta francês Samir Ait Said protagonizar o momento mais complicado da Olimpíada.

O atleta caiu de mal jeito após a execução de um salto sobre o cavalo e fraturou o osso da perna, a tíbia. As imagens são fortes e causam espanto. Outra atleta que também sofreu com lesões durante toda a carreira na ginástica artística foi a gaúcha Daiane dos Santos, aposentada em 2012 por problemas no joelho esquerdo.

Paulo Henrique, cirurgião de joelho e coordenador do serviço de ortopedia do Hospital Santa Luzia, em Brasília, diz que em casos de atletas que recebem o peso e impacto do corpo nos joelhos, tais como velocistas, jogadores de vôlei e futebolistas, por exemplo, estão sujeitos a lesões mais severas.

“As regiões anatômicas mais acometidas por lesões dependem da atividade que o atleta pratica. Por exemplo, nadadores e tenistas tem muitos problemas nas articulações dos membros superiores como ombro e cotovelo. Jogadores de futebol têm mais lesões musculares e nos joelhos. Ronaldo Fenômeno é um ótimo exemplo”, explica o especialista.

Nos joelhos, de forma geral e de acordo com Paulo Henrique, existem as lesões de menisco, as lesões de cartilagem e as lesões ligamentares. “Dentre as lesões ligamentares, a mais comum é a do ligamento cruzado anterior, o LCA. Cerca de 250 mil novos casos de lesão do LCA ocorrem a cada ano nos EUA. Não existem números oficiais no Brasil”, esclarece.

Paulo observa que os que não praticam atividades físicas regulares não estão livres de sofrer algum tipo de lesão. “Existe outro grupo de pacientes nos quais o risco de lesão está aumentado: os sedentários. A falta de um bom equilíbrio muscular (bom alongamento e fortalecimento), frequentemente encontrado neles, também aumenta os riscos para lesões nos joelhos”, explica.

O especialista ainda acrescenta que a prevenção é mais simples do que parece. “De maneira geral, o paciente deve manter, além do equilíbrio muscular, é essencial, também, o acompanhamento de um especialista para orientações mais específicas em cada caso”, conclui.

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