Mesmo sob chuva, o protesto chamado “Somos Todas Jandira! Somos Todas Elisângela!” reuniu dezenas de mulheres na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. A manifestação foi organizada pela Frente Nacional contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto.
O protesto homenageou Jandira Magdalena dos Santos Cruz, de 27 anos, e Elisângela Barbosa, de 32, que recentemente tiveram a morte confirmada após terem feito aborto de forma clandestina no Rio de Janeiro.
“A Jandira e a Elisângela são dois símbolos do que o movimento feminista vem dizendo há muitos anos: é a lei empurra as mulheres à morte. Elas representam todas as mulheres que morrem hoje por abortos clandestinos, mal feitos, por causa de uma lei que criminaliza estas mulheres”, disse a integrante da Associação de Mulheres Brasileira, Rogéria Peixinho.
A militante defendeu o direito de escolha. “Tem muitas questões que leva a mulher a fazer um aborto hoje. Todas as mulheres passam por situação como esta. Nem todas têm acesso hoje aos métodos contraceptivos e, mesmo evitando, nenhum método é 100% e a gravidez acontece. Ser mãe não tem que ser obrigação, tem que ser um desejo. Se ela não deseja, o Estado tem que acolher e não matar esta mulher”.