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Ato contra Copa é incerteza sobre o impacto em Dilma

Desde o seu início, a Copa do Mundo tem intensificado um ambiente de polarização política no Brasil que já está influenciando as campanhas dos principais candidatos à Presidência, observam analistas ouvidos pela BBC Brasil. Segundo eles, essa polarização pode continuar tendo um impacto sobre as campanhas até as eleições de outubro.

O debate ganhou corpo logo na abertura do Mundial, quando torcedores no estádio em São Paulo vaiaram e xingaram a presidente Dilma Rousseff.

Candidatos da oposição aproveitaram o gesto para criticar a presidente, enquanto que políticos ligados ao governo – entre os quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – atribuíram a postura à falta de educação do público no estádio. Alguns recorreram à expressão “elite branca”, cunhada pelo ex-governador paulista Cláudio Lembo, para definir o grupo presente na arena.

Devido ao alto preço dos ingressos, os jogos do Mundial têm sido marcados pela menor presença de brasileiros das camadas mais pobres da sociedade nas arquibancadas. Estes acabam acompanhando a festa do lado de fora – o que reforça essa visão de que este seria um Mundial “elitista”.

Apesar de reconhecerem um aumento da polarização política associado ao Mundial, os analistas ouvidos pela BBC não chegam a uma conclusão sobre os efeitos desse ambiente sobre a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Se por um lado o discurso associado à polarização mobiliza a militância, para um analista, por outro lado, o próprio PT é hoje parte da elite, o que cria uma contradição. Além disso, se Dilma optou por se afastar dos estádios para evitar mais desgaste a sua imagem, por outro a posição da presidente pode ter se fortalecido, ao ser vista como “vítima” das ofensas na abertura do Mundial.

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