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Atrizes vão vestir preto em protesto contra assédio sexual

A presidente da Associação de Correspondentes Estrangeiros de Hollywood, Meher Tatna, em cerimônia prévia da 75ª edição do Globo de Ouro. Foto: Patrick T. Fallon/Reuters

O Globo de Ouro, em que várias atrizes irão se vestir de preto para denunciar os casos de assédio sexual contra mulheres em Hollywood, vai dar início nesta semana a uma nova temporada de premiações de cinema nos EUA, que será marcada por protesto e reivindicações.

Com a opinião pública ainda em “choque” com a grande quantidade de agressões sexuais que foram trazidas à luz recentemente, o mundo do showbizz volta a desdobrar os tapetes vermelhos, começando com o Globo de Ouro, cuja cerimônia de entrega dos prêmios ocorre neste domingo, 7 de janeiro.

Conhecida por ser um dos eventos mais divertidos e informais de Hollywood, e por começar o calendário de premiações que culmina com o Oscar, este ano o Globo de Ouro chega não só com o desejo de festa, mas também com o anúncio prévio de que várias estrelas vão se vestir de preto para bradar contra as agressões sexuais a mulheres.

Após o escândalo com o produtor Harvey Weinstein e a campanha ‘Me Too’, que denunciou artistas como Dustin Hoffman, John Lasseter e Brett Ratner, a revista People garantiu que Meryl Streep, Jessica Chastain e Emma Stone, entre outras estrelas, irão desfilar de preto no Globo de Ouro em protesto. A ação não contará apenas com atrizes, já que a estilista Ilaria Urbinati, que trabalha com Dwayne ‘The Rock’ Johnson e Tom Hiddleston, afirmou que seus clientes também irão se vestir de preto. No mais, será visto como será viabilizado este ato de solidariedade, já que o smoking preto é a escolha tradicional para homens no tapete vermelho.

A campanha, no entanto, tem também opositores, como a atriz Rose McGowan, que acusou Weistein de asssédio contra ela. McGowan chamou Meryl Streep de hipócrita por se unir a este protesto após ter trabalhado, no passado, com o produtor. De qualquer modo, o Globo de Ouro será a primeira resposta pública e conjunta de Hollywood sobre a onda de denúncias de assédio sexual, mas não deve ser o único movimento contra o machismo.

No prêmio do Sindicado dos Atores de Hollywood, o SAG Awards, que ocorrem em 21 de janeiro em Los Angeles, todos os prêmios serão anunciados e entregues por mulheres. Além disso, a cerimônia terá como apresentadora a atriz Kristen Bell (The Good Place). Sem esquecer da música, que terá sua festa com o Grammy em 28 de janeiro, premiações como dos sindicatos de diretores e produtores, além do independente Spirit, vão servir de aquecimento para o Oscar, que em 2018 acontece em 4 de março.

A mobilização política e os gestos de reivindicação não são novidade em Hollywood, que serve de retrato para o pensamento progressista dos Estados Unidos. Além de ter apoiado em sua maioria Hillary Clinton, aspirante do partido Democrata à Casa Branca, o mundo do cinema recebeu com muitas críticas o presidente Donald Trump. Meryl Streep, por exemplo, ganhou aplausos por seu discurso combativo contra o republicano na última edição do Globo de Ouro, em que defendeu a imprensa e o apoio aos imigrantes. Um dia depois, Trump disse em seu Twitter que Streep é uma das atrizes mais “superestimadas de Hollywood”.

No último Oscar, vários artistas desfilaram no tapete vermelho com laços azuis, em apoio à União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), uma das organizações que mais lutam contra as medidas de Trump. As várias críticas ao presidente na premia 3ção, porém, ficaram em segundo plano quando houve um erro no anúncio de melhor filme, para La La Land, quando o vencedor na verdade era Moonlight.

Em 2016, a temporada de premiações foi marcada pela campanha ‘Oscars So White’, que denunciava que pelo segundo ano seguido não haviam atores negros entre os indicados ao prêmio da Academia de Hollywood, o que motivou um boicote à cerimônia por parte de artistas como Will Smith, Jada Pinkett Smith e Spike Lee.

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