Daniel Batista
O torcedor mais desavisado apostaria que o Palmeiras havia jogado de vermelho neste domingo, e não de cinza. O Audax não teve grandes dificuldades para vencer o desorganizado time alviverde por 2 a 1, no estádio Prefeito José Liberatti, em Osasco, pela décima rodada do Campeonato Paulista.
O momento é delicado para o Palmeiras. Não apenas pela derrota, mas pela situação global. O time vive de lampejo que, quando acontece, cria a falsa expectativa de que “agora vai”. Porém, no jogo seguinte os problemas voltam, muitas vezes até maiores. Neste domingo, não foi diferente. O gol de Barrios, apesar da fraca atuação da equipe, encheu o torcedor de esperança e foi só
Cuca comandou o time pela segunda vez e o que resta ao torcedores é acreditar que ele ainda conseguirá dar um jeito na equipe. Afinal de contas, desde que chegou ao club ele conseguiu dar apenas dois treinos com todo o grupo e ainda há tempo para corrigir os erros.
O resultado amargado em Osasco fez o Palmeiras estacionar nos 15 pontos no Grupo B do Paulistão, do qual ainda é líder, mas agora com o Ituano ao seu lado com a mesma pontuação. Já o Audax assumiu a liderança do Grupo C, com 16 pontos, e ultrapassou o agora vice-líder São Paulo, que tem 14.
O JOGO – Foi daqueles dias em que todos cometeram erros e quase nada deu certo. Cuca colocou Zé Roberto e João Pedro nas laterais e deixou uma avenida para o Audax explorar. No meio, Gabriel e Arouca ainda estão longe de ser aqueles jogadores que agradaram no passado, assim como Robinho.
Até a tática muitas vezes chamada de “suicida” do técnico Fernando Diniz, de tocar a bola mesmo quando é pressionado, deu certo pela primeira vez em um jogo contra um time grande do Estado. O Audax nunca havia vencido um jogo em que o adversário era Palmeiras, Corinthians, São Paulo ou Santos. Foram sete jogos no total, sendo dois empates e cinco derrotas.
Cuca chegou ao Palmeiras prometendo buscar o quanto antes o time ideal. O que talvez ele não tivesse percebido é que sua missão pode ser muito mais complicada do que parecia. Seja com ele no banco, Marcelo Oliveira ou Oswaldo de Oliveira, seus antecessores, a postura dos atletas, na maioria dos jogos, é a mesma. Desorganização e nervosismo em excesso.
Isso ficou evidente do início ao fim da partida. Tanto que logo aos dez minutos, o veterano Zé Roberto, que a cada jogo cai ainda mais de rendimento, ao tentar cortar uma bola na área, chutou Velicka e cometeu pênalti, batido com perfeição pelo lateral-esquerdo do Audax.
Nem mesmo o placar adverso mexeu com os brios do time alviverde, que até se aventurou ao ataque, mas com os repetidos lançamentos sem qualquer organização.
O Audax só se deu ao trabalho de esperar e, no primeiro espaço, ampliou a vantagem. Aos 33, Camacho fez bela tabela com Ytalo, entrou como quis na área e bateu na saída de Fernando Prass.
NO DESESPERO – No intervalo, Cuca adotou a tática repetida contra o Nacional-URU, no jogo passado, pela Libertadores, e mandou o time para o ataque. Colocou Barrios no lugar de Alecsandro e Rafael Marques na vaga de Gabriel. Depois, colocou Erik no lugar de Gabriel Jesus. Um fio de esperança aos 32.
Barrios, que entrou bem, aproveitou rebote da defesa e descontou no goleiro Cidão, que havia acabado de entrar no lugar de Felipe Alves, machucado. Dudu, em seguida, perdeu boa chance. A equipe de cinza se empolgou e partiu para cima, mas com aquela conhecida desordem. E assim, o Palmeiras mais uma vez decepcionou.
Derrotado mais uma vez, o Palmeiras voltará a campo na quinta-feira, às 20h30, contra o Red Bull, pela 11ª rodada do Paulistão. Já o Audax voltará a jogar em casa, na quarta, às 19h30, contra o Linense.