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Aventureiros políticos enforcam o povo do bunada não vai dinha

Política partidária e matemática de políticos é uma conta que não fecha nunca. O resultado absurdo da vez é a briga do Congresso contra Luiz Inácio para desonerar os empresários. Somam, multiplicam, dividem, mas o tempo passa e eles esquecem de diminuir a paulada sobre o lombo do contribuinte, que empurra mensalmente 27,5% do que recebe no buraco do Leão. Como diriam os desbocados sábios de minha infância, na bunada não vai dinha.

Leiam corretamente e chegarão à conclusão de que o nabo grosso é só no nosso. E o que dizer de Valdemar Costa Neto, o czar do PL, partido que emprestou a cara de pau àquele ex-deputado que nada entendia de ser presidente? Por isso, deu no que deu.

Valdemar recuperou o fôlego e, no fim de semana, botou para fora tudo que estava guardado em seu velho peito de inveterado governista. Segundo Mamar, não há comparação entre Lula e Jair Messias. “O Lula é um camarada do povo, é uma figura de prestígio. É completamente diferente do Bolsonaro. Ele é um fenômeno, porque chegar onde chegou…”.

Todos sabem que babar ovos fartos e robustos é a especialidade do dirigente partidário. Interessante é ele querer mais que os ovos. Sem dó e nem piedade do moço a que serviu com unhas, dentes, saliva e conversa mole, Costa Neto esculhambou Sérgio Moro, que teria “superado os limites da lei” ao condenar Lula na Lava Jato.

Tentou voltar atrás, mas está escrito. É o Brasil nosso de cada dia, onde tudo é possível. Aqui é a terra em que Jesus pisou, amassou o pão, jogou de novo no tacho, misturou com água de lavagem de toba e teria dito: O país será lindo, a natureza pródiga, mas o povo e os políticos serão feitos da mesma massa podre. Ou seja, na política brasileira a única exigência é não ser político. Basta ser aventureiro.

Ano do dragão, conforme o horóscopo chinês, dois mil e lá ele (não falo esse número composto) começou como uma pérola árabe para os “patriotas”. Complicado foi entender a razão pela qual a “petista, comunista, suplicista” e emedebista Marta Suplicy dormisse vinculada à gestão de um prefeito e acordasse como a “cereja” do Boulos.

Para os desavisados, o deputado federal Guilherme Boulos é o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo. Mesmo contra a vontade de Eduardo, o Suplicy alfa, Marta será candidata à vice. É o jogo com vistas a 2026 começando a ser jogado.

O tema é político, mas me permito mudar rapidamente para um viés peculiar. Na verdade, é só para lembrar um antigo imbróglio familiar envolvendo um casal das Alagoas. Braba feito o Satanás de rabo, a mulher costumava bater no marido com toalha molhada. E pouco importava se ele era o governador do Estado. O fato não chegou a São Paulo porque, malandro com pedigree italiano, Dudu Suplício pulou antes do barco. Tiveram tempo de dizer ao ainda senador que a toalha molhada no lombo tem o mesmo efeito que um chute nos bulhões.

A prova de que nada muda na tábua de esmeralda chamada política é o tempo. Na lógica politiqueira só não pode bêbado tentar socorrer bêbado. O resto pode. Os anos se sucederam. Saiu o homem do bigode de arame e entrou um fracassado caçador de marajás. Pulamos rapidamente para um topetudo de Fusca, trocamos a moeda sonhadora para a real, temperamos o caldo de molusco sem rabo com ervas frescas e muita sangria desatada, ultrapassamos a fase da destemperança do vernáculo e a da fera que escondia a bela com medo dos conterrâneos turcos e retornamos à quadra que nos remete à expressão “efeito cebola”, aquele que, na política, arde os olhos, apimenta o hálito, mas refresca a mente. Eis o mistério da fé.

Não podemos esquecer que, antes da esperança de bonança, vivemos um lapso em que, a pedido de um falso profeta, Deus esteve em permanente promoção. Pela primeira vez vi o ditado popular “a ocasião não fez o ladrão” não funcionar. As nuvens eram negras, sinistras. Enxugamos gelo durante quatro anos, período de uma quase infinita temporada de ofensas.

Poucos se aventuravam a dizer (e provar) que a terra é redonda. Era quadrada e ponto final. Por razões patrioticamente óbvias, à pergunta sobre o nome de cinco animais que vivem na água não cabia outra resposta: o sapo, a mãe, o pai, o irmão e a avó dele. Os filhos deixaram de ser citados porque, na opinião dos formuladores de questões do Enem da época, girinos não assustam os ratos criados com Cloroquina ou Ivermectina.

Dito tudo isto, acrescentar o quê?

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