Em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral Carlos Ayres Britto afirmou ontem não ver “perigo de golpe” contra a presidente Dilma Rousseff, caso as instituições de investigação atuem “nos marcos da Constituição”.
“Eu não vejo perigo de golpe se as instituições controladoras do poder, o Ministério Público, a própria cidadania, considerada como instituição extra pública estatal de investigação, os tribunais de contas, se todas atuarem nos limites, nos marcos da Constituição não há que se falar de golpe”, disse.
Em resposta a movimentos de opositores e de setores da sociedade que defendem a saída da presidente antes do fim do mandato, Dilma e aliados do governo voltaram a rechaçar a ofensiva e definiram-na como “golpismo”. “Ninguém está blindado contra a investigação”, afirmou Britto.
Ao ser questionado sobre a situação atual da presidente – que é alvo de um processo no TSE movido pelo PSDB contra sua campanha no ano passado e também corre o risco de ter as contas de 2014 rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) -, Ayres Britto reconheceu o cenário difícil vivido por Dilma. “Pelo andar da carruagem, a situação não está boa em nenhuma das duas instâncias.”
O ex-ministro, contudo, evitou se manifestar pela condenação ou pela inocência de presidente em ambos os casos. “Não quero avançar em um juízo técnico de antecipação de resultado”, comentou.