O senador Omar Aziz (PSD-AM) avalia que os impasses em torno da reforma tributária estão mais ligados a “questões pessoais” que ao interesse público. “Basta a gente tirar questões do nosso ponto de vista para que possamos trabalhar e aprovar a reforma e as matérias de interesse da população”, disse, em encontro com membros do Lide Brasília, na quarta-feira (30).
Presidente da Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado, Omar Aziz colocou em xeque vários impasses hoje existentes no Legislativo. “Se você perguntar a todos os 513 deputados e aos 81 senadores se são a favor da reforma tributária, todos são. Então, por que que ela não sai? Se você perguntar se querem acabar com a fome, todo mundo vai dizer que sim. O que está faltando para que um País como o nosso retome o crescimento e possa gerar emprego e renda?”, questionou.
“A economia brasileira tem enorme potencial, mas enfrenta desafios e obstáculos. O Brasil está em situação de risco, com mais de 30 milhões de pessoas que não conseguem comer três refeições por dia. Isso é culpa de quem? Nossa”, avaliou, identificando a raiz do problema. “Não se fazem leis que beneficiem mais as pessoas”, definiu.
“Vamos deixar as picuinhas de lado e fazer leis para beneficiar a nação. Muita gente não passou por nada, não viu nada e acha que o empresário é rico, mas não trabalhou, não se sacrificou, não se esforçou. Olham para o político como se todo mundo fosse igual. Demonizam o político e o empresário. Na verdade, se a gente se unir, vamos gerar emprego e renda e melhorar a qualidade de vida do brasileiro”, destacou.
Com as regras do Arcabouço Fiscal definidas, o governo agora tem um balizador para gastar melhor, avalia o senador. “Isso dá credibilidade e segurança para quem quer investir, mas precisamos ter atenção à quebradeira que está havendo nos municípios”, destacou, ao abordar a necessidade de uma reforma tributária mais equilibrada.
Por fim, Omar Aziz agradeceu a presença do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. “Eu era governador e ele era prefeito de São Paulo quando fundamos, junto com outros companheiros, o PSD, que tem hoje a maior bancada do Senado e uma das maiores na Câmara. A tendência do PSD é crescer, porque somos coerentes”, avaliou.
Para o empresário Paulo Octávio, presidente do Lide Brasília, o debate trouxe importantes pontos para reflexão. Ele também saudou a imprensa, pela atuação para impedir o corte do Fundo Constitucional do DF. “Quero agradecer à imprensa brasileira durante a luta que tivemos em defesa do fundo, para que as mudanças aprovadas na Câmara dos Deputados fossem retiradas do texto no Senado”.
Omar Aziz, que teve aprovada, na Câmara Legislativa, a outorga de Cidadão de Brasília, preferiu dividir a homenagem com todos os que trabalharam pela manutenção das regras do FCDF. “Eu só fui um instrumento, naquele momento, para tentar ajudar. Somos políticos para isso. Não fiz favor a Brasília. Fiz a minha obrigação. Aquilo que não desejo para o meu estado, não quero para outro. Fui governador e sei da intranquilidade que uma mudança causa ao cidadão que precisa dos serviços essenciais de uma cidade. Quando falta dinheiro em uma cadeia produtiva, ela vai desmoronar. Isso tem acontecido muito e eu espero que isso não aconteça mais daqui para frente”, completou.