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Baixo Augusta fica no topo da alegria com povo antecipando as suas homenagens a Momo

Juliana Diógenes

Com duas horas de atraso por causa das chuvas que atingiram São Paulo na tarde deste domingo, 24, o Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta subiu ao palco do Mirante 9 de Julho, no centro da cidade, por volta das 18 horas. Famílias, casais e grupos de amigos começaram a festejar ao som do hino do bloco: “Apavora, mas não assusta / Chegou o carnaval do Baixo Augusta”.

Às 18h30, após a liberação da Avenida Paulista para carros, motoristas que desciam a Rua Professor Otávio Mendes, na lateral do Masp, em direção à rotatória, enfrentaram lentidão e trânsito congestionado. O taxista Davi Barbosa, de 22 anos, disse que teve de parar na rua Carlos Comenale para duas passageiras descerem porque o acesso para a Rua Professor Picarolo estava congestionada de público.

Um agente da Companhia de Engenharia do Tráfego (CET) informou que a festa não estava programada e que, por isso, não havia orientação agendada para o local. O advogado Jorge Salomo, de 58 anos, morador de um edifício na Rua Carlos Comenale, queixou-se da falta de orientação aos motoristas. “A entrada da garagem do meu prédio é por uma rua só. Não tem como entrar. Só se for de helicóptero”, afirmou Salomo.

Com previsão de 3 horas de duração, este ano o tema do grito de carnaval é “Família Augusta, de todo jeito nos gusta”. O nome é uma crítica ao Estatuto da Família, que tramita no Congresso Nacional. Um dos organizadores do Bloco, o cabeleireiro Luciano Calcolari, de 45 anos, disse que, por tradição, os integrantes trazem ao público um posicionamento político.

“Este ano o tema é família porque me gusta homem com homem, dois pais brancos com dois filhos pretos, dois pais pretos com dois filhos brancos. O bloco é pela inclusão social e contra toda caretice. Somos um bloco totalmente democrático, que se posiciona politicamente”, destacou.

Calcolari explicou que o grupo escolheu o Mirante 9 de Julho para se apresentar por causa do “visual maravilhoso” e porque o local “tem tudo a ver com o Baixo Augusta”. “É um salve à Paulista Aberta. Queremos trazer o povo para o lado de baixo da Paulista”, disse.

Todos os anos, a galerista Rosana Baracat, de 52 anos, marca presença no Acadêmicos do Baixo Augusta. “Eles foram os pioneiros na volta do carnaval, trazem uma proposta bacana e têm uma história musical, de se apresentar com o Simoninha (vocalista e filho do Wilson Simonal)”, afirmou.

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