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Balança Comercial vai fechar ano com queda que beira 6%

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Revisão da balança comercial divulgada pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), no Rio de Janeiro, aponta que as exportações do país, este ano,  totalizarão cerca de US$ 228,240 bilhões, com queda de 5,8% em relação aos US$ 242,179 bilhões exportados em 2013. Também para as importações, a projeção é queda de 5%, fechando o ano com US$ 227,605 bilhões, ante US$ 239,621 bilhões no ano passado. Com isso, o superávit esperado atinge US$ 635 milhões, com redução de 75,2% em relação ao saldo de US$ 2,558 bilhões obtido em 2013.

O presidente da AEB, José Augusto de Castro, disse que  o atual superávit comercial resulta da queda nas importações, em função da redução do ritmo da atividade econômica, da elevação do nível de inadimplência e da diminuição do nível de emprego. “Esses fatores todos é que estão provocando queda nas importações, porque a taxa de câmbio é favorável à importação. O que ocorre hoje é que a demanda está claramente contida no mercado interno. Então, a queda nas importações ajuda a que ainda tenhamos superávit”, explicou.

Dois fatores  contribuem para a redução nas exportações, disse Castro. Um deles é a redução dos embarques de plataformas de petróleo – foram sete em 2013, com valor exportado de US$ 7,7 bilhões,  e este ano serão apenas duas, com valor de US$ 2,5 bilhões. O segundo fator é a Argentina. O presidente da AEB prevê que a redução das exportações brasileiras para o mercado argentino alcance este ano entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões. A redução nos embarques está, no momento, em torno de US$ 1,9 bilhão, informou, e acrescentou que “isso tudo faz com que a gente tenha uma redução forte nas exportações, principalmente de produtos manufaturados”.

Salientou, no entanto, que os embarques do Brasil para o exterior contarão com grande ajuda da conta petróleo neste ano. A expectativa é que haja aumento de 40% na quantidade exportada de petróleo, e “esses 40% vão dar ótima contribuição porque, em relação ao ano passado, são quase US$ 6 bilhões a mais do que foi exportado de petróleo em 2013”.

Nos produtos básicos exportados, a perspectiva é que haja pequeno aumento, em torno de 0,4%, enquanto nos manufaturados, a previsão é queda de 13,8%. “Nos manufaturados, nós não temos alternativas”, avaliou o presidente da AEB, pois do total das exportações brasileiras de manufaturados, 20% se destinam à Argentina e 50% à América do Sul: “Quer dizer, estamos concentrados aqui. Nós não  temos alternativa de pensar no mercado americano, europeu, asiático, nada. Nosso forte em manufaturados é aqui, e estamos com problemas”.

Com a queda  projetada nas exportações, a participação do Brasil no comércio mundial também cairá. José Augusto de Castro disse que caso se confirme a estimativa da Organização Mundial do Comércio, de  crescimento de 4,7% no comércio global este ano, a participação brasileira se reduzirá de 1,32%, em 2013, para 1,19%, o que levará o país a cair da atual 22ª classificação no ranking internacional de exportação.

A pauta nacional de exportações continua concentrada em commodities (produtos agrícolas e minerais com cotação internacional), que respondem por “mais de 65% da pauta”, segundo ele. Castro destacou que o superávit previsto para este ano, de US$ 635 milhões, pode ser considerado negativo, na medida em que não será obtido com aumento das exportações, mas com quedas tanto nas vendas quanto nas compras externas. “Podemos dizer que é um superávit negativo”, acrescentou, embora a expressão contrarie a terminologia econômica.

Minério de ferro, isoladamente, continuará liderando as exportações brasileiras, graças à elevação de 6% na quantidade embarcada. Volume aumentado para compensar a redução de 13% no preço internacional do produto.

A revisão estimada para a balança comercial brasileira é inferior à projeção anterior da AEB, divulgada em dezembro de 2013, que apontava para exportações equivalentes a US$ 239,053 bilhões e importações de US$ 231,830 bilhões, o que deixaria saldo comercial de US$ 7,223 bilhões, ora reestimado para US$ 635 milhões. Redução, portanto, de 88%.

Alana Gandra, ABr
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