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Balas da chacina que vitimou 19 em São Paulo foram compradas por PM, Exército e federais

Parte das cápsulas apreendidas nos locais onde as vítimas da maior chacina de São Paulo foram mortas pertence a lotes comprados pela Polícia Militar, pela Polícia Federal e pelo Exército Brasileiro. A informação foi prestada pela Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) à Corregedoria da Polícia Militar. O crime deixou 19 mortos e cinco feridos, em 13 de agosto. Os ataques aconteceram em pelo menos dez locais diferentes, em Osasco e Barueri, na região metropolitana.

A corregedoria identificou que as cápsulas apreendidas são de calibre 9 mm e pertencem aos lotes UZZ18, BNT84, BIZ91, AAY68 e BAY18. A investigação pediu esclarecimento à empresa.

No relatório, datado de 28 de agosto com o código DICOM 0986/15, a CBC informou que os dois últimos lotes (AAY69 e BAY18) foram comprados pela Polícia Militar de São Paulo e encaminhados ao Centro de Suprimento e Manutenção de Armamento e Munição da corporação; já a Polícia Federal comprou os lotes UZZ18 e BNT 84 e mandou as munições para vários Estados, como Goiás, Roraima, Sergipe, além de Brasília; e o Exército Brasileiro adquiriu o BIZ91 e o entregou em “diferentes organizações militares”. Todas as munições foram adquiridas entre 2006 e 2008.

Integrantes da força-tarefa que investiga a chacina consideram que a principal hipótese é que as munições podem ter sido desviadas ou roubadas e acabaram nas mãos de bandidos. Uma apuração vai tentar descobrir o verdadeiro motivo de as cápsulas compradas por autoridades policiais e militares terem sido usadas pelos autores da chacina.

Por meio de nota, a Polícia Federal informou que ainda não foi comunicada oficialmente sobre o fato e faltam informações no ofício que possam levar a uma pesquisa mais detalhada e a eventuais providências por parte da instituição. Procurados pelo Estado, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo e o Exército Brasileiro não responderam as perguntas até o começo da noite de quarta-feira (2).

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