O ritmo de expansão da atividade econômica no Brasil tende a ser “menos intenso” este ano, na comparação com 2013. Essa é a avaliação do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A ata da última reunião do comitê, realizada nos dias 27 e 28 de maio.
Houve mudança em relação ao que o comitê considerava em abril. Na ata da reunião daquele mês, o comitê previa que o ritmo de expansão da atividade doméstica tendia a se manter “relativamente estável” em comparação a 2013.
Para o comitê, o consumo tende a crescer em ritmo mais moderado do que o observado em anos recentes e os investimentos devem ganhar impulso.
Com relação ao cenário externo, o comitê considera que o maior crescimento global, combinado com a alta do dólar, torna a demanda por produtos e serviços do país mais “favorável ao crescimento da economia brasileira”.
“Pelo lado da oferta, o comitê avalia que, em prazos mais longos, emergem perspectivas mais favoráveis à competitividade da indústria, e também da agropecuária; e o setor de serviços tende a crescer a taxas menores do que as registradas em anos recentes”, acrescenta o Copom.
O comitê diz ainda que essas perspectivas somadas a avanços em qualificação da mão de obra e ao programa de concessão de serviços públicos devem gerar ganhos de produtividade. “O comitê ressalta, ainda, que a velocidade de materialização das mudanças acima citadas e dos ganhos delas decorrentes depende do fortalecimento da confiança de firmas e famílias”, diz.
No último dia 28, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 11% ao ano, após nove elevações seguidas. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação. Ao manter a Selic, o comitê indica que considera que as elevações anteriores foram suficientes para gerar os efeitos esperados sobre a inflação.
Kelly Oliveira, ABr