Bando encapuzado faz a festa e acaba com a paz em mansões do Pacaembu
Publicado
emBruno Ribeiro
Uma quadrilha armada com revólveres invadiu na terça-feira, 2, três casas da Rua Bauru, no Pacaembu, zona oeste de São Paulo, fazendo moradores e empregados reféns. O arrastão aconteceu na hora do almoço. Nas três casas, ao todo, dez pessoas ficaram até duas horas sob a mira dos criminosos encapuzados, enquanto armários eram revirados. Cofres foram arrombados e o grupo fugiu – antes da chegada da polícia – com dólares, euros, joias e até garrafas de bebidas dos moradores.
Assustadas, as vítimas exibiam fotografias feitas com seus celulares dos corredores de suas casas cheios de roupas espalhadas pelo chão, enquanto esperavam para serem ouvidas no 23º Distrito Policial (Perdizes), onde o crime foi registrado.
Policiais militares que atenderam as vítimas relataram que uma invasão parecida, mas em apenas uma casa, aconteceu na semana passada na Rua Desembargador Paulo Passaláqua, onde começa a Rua Bauru, ao lado do Estádio do Pacaembu.
A dona da primeira casa invadida, que, por medo, pediu para não ter nenhuma informação pessoal divulgada, afirmou que os criminosos entraram pelo portão eletrônico. “Eles tinham decodificado o controle e abriram”, conta. Na casa, havia três adultos e uma criança. “Eles foram calmos na maior parte do tempo.
Perguntaram por dinheiro e joias, mas disseram que seria pior se eles descobrissem que estávamos mentindo (sobre possíveis objetos de valor)”, contou.
A moradora conta que ficou com um homem armado e de capuz, na cozinha, enquanto os outros reviravam a casa. “Só o que ficou com a gente estava de capuz. Os outros não chegamos a ver direito”, conta.
Os moradores não souberam precisar como o grupo entrou na segunda casa. O filho do dono do imóvel invadido afirmou que eles também tinham o código do portão da residência. Mas a moradora da casa afirmou que o grupo pulou o muro para entrar no imóvel, onde encontraram dois funcionários e duas crianças. “Os caras mandaram o caseiro prender o cachorro. Depois, ainda pediram para uma das crianças acalmar ele (o cão)”, relata o morador. Ele também disse que o grupo não chegou a agredir os moradores.
Câmeras – Já na terceira casa, também invadida pelo muro de trás, antes de ir embora os criminosos tiveram a preocupação de localizar o HD onde ficam armazenadas as imagens registradas pelas câmeras de segurança. “Eles ficaram o tempo todo falando no celular uns com os outros. Tanto que se preparavam para ir para a casa do lado (seria a quarta) quando alguém falou algo para eles pelo telefone e só então foram embora”, contou o morador.
“Eles estavam muito calmos, tiveram tranquilidade de olhar a casa inteira. Ficou tudo de pernas para o ar. A única hora mais tensa foi quando perguntaram pelo segundo cofre. Acho que não acreditam quando não tem o dinheiro que achavam que teria”, concluiu a vítima.
Ainda segundo as vítimas, o grupo usou apenas um carro para a ação, um Honda Fit branco, que entrou nas três casas e não foi localizado pela polícia.
A Polícia Civil colheu depoimentos das testemunhas na tarde de ontem e investiga o caso.