Em entrevista a Roberto D’Avila, da Globo News, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, disse que não pretende se candidatar a cargo político em 2014. “Recebo inúmeras manifestações de carinho, pedido de cidadãos comuns para que me lance nessa briga, mas não me emocionei com a ideia ainda”, afirmou.
O ministro, que já havia dito que não disputaria à Presidência teve seu nome citado como possível postulante a uma vaga ao Senado pelo Rio de Janeiro, seu domicílio eleitoral. A entrevista foi ao ar na madrugada deste domingo.
Em uma crítica direta aos acordos políticos e articulações, Barbosa disse que o Brasil é o País “dos conchavos, do tapinha nas costas”. O presidente do STF coloca a Nação entre as 10 maiores democracias do mundo, mas destaca: “se faz muita brincadeira no Brasil no âmbito do Estado, dos três poderes. Muitas decisões são tomadas superficialmente. Não se pensa nas consequências”.
Barbosa também afirmou que o Brasil está adotando medidas erradas para combater a corrupção. “Não quero justificar corrupção tupiniquim, mas ela está presente em todos os países, em maior ou menor grau. Ainda não encontramos os mecanismos, a forma correta e eficaz de combatê-la. Talvez estejamos adotando o método errado.”
Sobre se as penas aos condenados no julgamento do mensalão foram pesadas, Barbosa foi enfático: “ao contrário”. O ministro citou que se olhadas as penas que cidadãos comuns recebem no STF, as aplicadas no mensalão são “brandas”.
O presidente do STF também se mostrou contra os convites que disse ter recebido do ex-presidente Lula para integrar comissões que iam à África. Quando o tema foi racismo, Joaquim disse que quando criança chegou a chorar de raiva por ter sido vítima de preconceito: “só quem passa por isso sabe”. Joaquim destaca esperar que os presidentes nomeiem homens e mulheres negras “de maneira natural” e que “não façam estardalhaço disso”.
Ao jornalista, o ministro também falou sobre gostos pessoais. O presidente do Supremo afirmou ser fã dos escritores brasileiros Lima Barreto e Machado de Assis e do francês Honoré de Balzac. Na música, prefere Beethoven.