A presidente Dilma Rousseff está à beira do abismo. Seu inferno político vem crescendo a partir das vozes das ruas, por todo país, clamarem por “Fora Dilma”, “Fora PT”.
Na opinião de nove entre 10 aliados da presidente no Congresso Nacional, o seu barco está naufragando.
O auge da crise ocorreu na tarde de quarta-feira. O folclórico e polêmico ministro Cid Gomes, da Educação, foi à Câmara dos Deputados para se retratar de acusações, a mando da presidente.
Mas ele fez o oposto. Reafirmou que na base do governo no Congresso Nacional de 300 a 400 são achacadores. E desafiou: “Partidos de situação têm o dever de ser situação. Ou, então, larguem o osso, saiam do governo”.
O plenário da Câmara se transformou numa grande confusão, com trocas de xingamentos e acusações. A tensão foi às alturas no momento em que o ministro Cid Gomes, com dedo em riste apontado para o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disparou: é melhor ser chamado de mal-educado do que ser achacador, como o senhor, presidente.
O PMDB entrou em cena e colocou a presidente Dilma na parede: ou ela demitia o ministro da Educação ou o partido retiraria seu apoio ao governo.
Menos de uma hora depois, o Palácio do Planalto anunciou a demissão de Cid Gomes.
Aí foi o PT que entrou em cena: pediu a transferência do desgastado Aloísio Mercadante da chefia da Casa Civil para o Ministério da Educação.
“Não aguentamos mais a arrogância de Mercadante”- disseram lideres petistas.
A saída do ministro da Educação será o inicio de uma ampla reforma do Ministério, que foi empossado em 1° de janeiro. É para tentar a rearticulação da base de apoio ao governo na Câmara e no Senado.
Cláudio Coletti