Em peça adaptada por Cláudio Abrantes, Barrabás é amigo íntimo – mais que isso, o braço-direito – do Jesus Cristo da Via Sacra de Planaltina. A nova versão está pronta e foi escrita pelo novo secretário de Cultura, revelam dramaturgos altamente confiáveis que transitam pelos corredores do Museu da República.
Personagens citados no Novo Testamento, como Pôncio Pilatos, Caifás e Drusus, também terão seus papéis no enredo, que promete ser breve. O centurião, inclusive, estaria com o chicote azeitado para esfolhear os dorsos dos bandidos.
Dois atores já estão decorando suas falas. O próprio secretário, acostumado a fazer as vezes de Jesus Cristo no Morro da Capelinha, e seu braço-direito (e agora chefe de gabinete) Marcelo Alves da Mata, no papel de Barrabás. Muitos Intérpretes da Bíblia garantem que os dois eram inimigos. Na adaptação do texto, houve o milagre da transformação. E viraram unha e carne.
Marcelo foi escolhido a dedo para interpretar Barrabás. Embora o chefe de gabinete de Abrantes nunca tenha subido a um palco teatral, seu currículo justifica o papel. É que ele responde criminalmente por porte de arma de fogo, e foi alvo de busca e apreensão na Operação Hoghards da Delegacia de Repressão a Corrupção, que investiga corrupção na Regional de Ensino de Planaltina.
O autor da denúncia (e não da peça) é o Ministério Público. O processo tem o número 071.62.260.2020.8.07.0005. A responsável pela tramitação é a juíza Vivian Lins Cardoso Almeida, da 2ª Vara Criminal de Planaltina. No quesito criminal, a experiência do Barrabás brasiliense é vasta. Vai de posse de arma a corrupção. E não tem nada a ver com meras 30 moedas, como se contentou Judas.
Ainda segundo os comentários nos corredores da Secretaria de Cultura, Cláudio Abrantes e Marcelo Alves da Mata estão encontrando dificuldades para encontrar um figurante, inexperiente que seja, para interpretar o papel do personagem Pedro. Até porque, garantem, ninguém será capaz de negar todas as evidências três vezes.