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Barro do terreno original do Rock in Rio será vendido como souvenir por 100 reais

Num momento em que se fala de “mar de lama” no Brasil, com as revelações da Operação Lava-Jato, vender lama parece ironia. Mas é o que vai fazer a organização do Rock in Rio, que começa no próximo dia 18.

Lama recolhida no local da primeira edição do festival, em Jacarepaguá, será vendida em pequenos blocos imprensados em placas acrílicas para os fãs nas lojas oficiais do festival. O preço ainda não foi decidido, mas cada souvenir deverá custar mais de R$ 100, segundo apurou a reportagem.

Com a iniciativa (que o festival diz ser uma reivindicação constante de fãs mais nostálgicos), o Rock in Rio alcança com 30 anos de atraso o espírito empreendedor dos flanelinhas. Em 1985, o lamaçal que se tornara a Cidade do Rock –e que deliciava os fãs, em vez de aborrecê-los– estimulou os guardadores de carros a vender souvenires de lama em sacos plásticos. A “legítima lama do Rock in Rio”, como anunciavam, virou uma febre – muita gente guarda até hoje.

Os festivais subsequentes, como melhoraram a drenagem e passaram a usar grama artificial, nunca mais repetiram aquele “ritual” dos banhos de lama da primeira edição, que reprisavam o “lamódromo” que tinha virado a primeira edição de Woodstock, em 1969.

“Todo santo dia encontrava alguém que me pedia lama”, explica o organizador do festival, Roberto Medina. Ele conta que, quando sua equipe chegou com baldes para recolher lama no antigo terreno de Jacarepaguá, causou espanto –o proprietário não acreditava na “doideira”.

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