Mal do século
Levante a cabeça, sorria e deixe a depressão de lado
Publicado
emIvete Costa
Recentemente, tivemos a triste notícia da morte do ator “encantador de corações” Robin Williams. Além, ou para além, do envolvimento com entorpecentes e problemas financeiros, foi revelada a sua luta, há anos, para livrar-se da depressão. A depressão é uma doença. Uma doença que vem se agravando em todo mundo, devido às exigências cada vez maiores: que partem de nós mesmos e da sociedade.
São tantos “tem que”, tantas informações, competitividade, afastamento emocional uns dos outros, isolamento, violência e por aí afora; sem contar com os fatores genéticos, ambientais e alimentares que contribuem, significativamente, para a manutenção ou piora da depressão.
Há vários tratamentos alopáticos, homeopáticos, holísticos etc. Cada qual com sua especificidade e resultado. O que constatamos é que, independente do tratamento, a terapia é fundamental. E, não raro, o tratamento precisa ser multidisciplinar, porque os fatores são múltiplos.
Abaixo, um modelo de terapia muito indicado por psiquiatras e médicos devido aos excelentes resultados alcançados.
O modelo cognitivo de Aaron Beck (Terapia Cognitivo-Comportamental-TCC) para a depressão, pressupõe dois elementos básicos: a tríade cognitiva e as distorções cognitivas. A tríade cognitiva consiste na visão negativa de si mesmo, na qual a pessoa tende a ver-se como inadequada, incapaz ou inapta; na visão negativa do mundo, incluindo relações, trabalho e atividades, e na visão negativa do futuro, desesperança.
Adicione a estas visões negativas a ideia de que os seus traços de personalidade, o seu meio e o seu presente não deveriam existir tal como existem, transformando a tristeza e o desapontamento em depressão e desmoralização.
Terapia cognitiva – É um processo de tratamento que ajuda os clientes a modificarem crenças e comportamentos que produzem certos estados de humor. As estratégias terapêuticas da abordagem cognitivo-comportamental envolvem trabalhar três fases:
1. Foco nos pensamentos automáticos e esquemas depressogênicos;
2. Foco no estilo da pessoa relacionar-se com outros; e
3. Mudança de comportamentos a fim de obter melhor enfrentamento da situação problema.
A TCC é baseada no poder do pensamento realista, isto é, na extensão em que se pode conhecer a realidade. No tratamento da depressão, este aspecto tem grande relevância clínica, pois ajuda o cliente a considerar as crenças verdadeiras ou não relacionadas aos fatos, auxiliando o julgamento realístico dos fatores que mantêm a depressão.
Ativação comportamental – O objetivo é aumentar o envolvimento do cliente em atividades de reforço positivo e interações sociais construtivas.
Essas estratégias são planejadas especificamente para o cliente em questão e usadas de modo a envolvê-lo, proporcionar alívio dos sintomas e obter dados relevantes para o processo terapêutico.
Pensamentos e pressupostos – A depressão gera imobilidade e pessimismo. Assim, os clientes apresentam dificuldade para começar qualquer tarefa e para identificar as vantagens de realizar alguma atividade. Técnicas que ajudem a identificar os pensamentos e como estes afetam as emoções e comportamentos tem papel fundamental para ajudar os indivíduos com depressão.
Deve-se recordar que a meta da TCC é facilitar e ensinar o cliente a ser seu próprio terapeuta e fortalecer suas próprias habilidades. As técnicas cognitivas devem auxiliar as metas da terapia e não devem ser utilizadas como processo que gere dependência.
Ppensamentos e sentimentos – 1. Eu penso que… 2. Portanto, sinto-me… Por exemplo: Eu penso que nada vai dar certo na minha vida. Portanto, sinto-me desmotivado, apático, fraco.
É necessário adequar a técnica ao cliente. Ou seja, antes de aplicar a técnica deve-se avaliar qual pode ser a mais adequada para a pessoa em questão, que elementos devem ser mais enfatizados, etc.
A finalidade é diminuir os sintomas, ajudar o cliente na reestruturação da vida e melhorar a qualidade de vida.