Com o corpo de êxtase tomado
Já de algumas vestes separado
Tu me imploras: — Vem!
Eu, ante a visão de tuas buscas
Pressentindo o show que advém:
Colas a tua boca à minha
A tua mão os meus cabelos, desalinha
Tuas unhas, a minha pele, vêm sangrar
E suscetível às sensações
Com as quais tu me agracias
De desejo o meu púbis se excita
Ao sentir o teu se arrepiar
Os meus lábios
Na tua boca, aninhados
Também se extasiam
E estes frutos cálidos
De veneno orvalhados
A beijar-te principiam
Beijam o teu pescoço
E às tuas espáduas almejam
Mas ali se detêm pouco
Porque os teus seios os desejam
Porém, em meio às minhas mãos
Os teus seios já estão
E quanto mais os excito
Com o bailado dos meus dedos
Mais eles anseiam
O vinho tinto dos meus beijos
E quando penso que os embriago
Dando-lhes dos meus lábios um trago
Sou eu quem mais se atordoa
Quando a mim teus seios doas
Aturdidos mas ainda insaciados
Os meus lábios se alucinam
Quando ao longe eles avistam
O teu oásis intocado
Trôpegos, descem das tuas colinas
E tu fremes como uma louca
À medida que a minha boca
Do teu oásis se aproxima
Meus lábios provam da tua fonte
E sedentos como peregrinos
Aprofundam mais em teus caminhos
Até que como em um desmonte
Tomado por prazeres ferinos
Teu corpo desfalece em desalinho