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Benjamin alfineta dupla que evita discutir propina

O relator da ação, ministro Herman Benjamin, durante julgamento da chapa Dilma-Temer (José Cruz/Agência Brasil)

Isadora Peron, Anne Warth, Renan Truffi
O ministro Herman Benjamin, relator das ações que pedem a cassação da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), rebateu os colegas que afirmaram mais cedo que não iriam analisar se houve prática de caixa 2 nas eleições de 2014.

Os ministros Admar Gonzaga Neto e Tarcísio Vieira (nomeados por Temer para o TSE há pouco mais de dois meses) disseram, na sessão realizada pela manhã, que não iriam se manifestar sobre a “fase da Odebrecht” no julgamento porque ela se referia ao uso de dinheiro não contabilizado, e não às doações oficiais recebidas pela chapa.

Ao retomar seu voto na tarde desta quinta-feira, 8, o relator questionou esse posicionamento, disse que o uso de recursos ilícitos estava registrado na petição inicial impetrada pelo PSDB, e desejou “boa sorte” para quem não iria analisar a questão de caixa 2. “Para analisar caixa 1, não precisamos de TSE”, afirmou.

Segundo ele, a ação dos tucanos registrava que a campanha de Dilma e Temer havia sido financiada com recurso de propina. “Eu não estou parafraseando, eu estou lendo a petição inicial”, disse.

Admar reagiu e disse que a fala do relator era para constrangê-lo. Herman rebateu e disse que não estava ali para isso. “Se se constrangerem será pelos seus atos”, disse.

Ao começar a ler o seu voto, o ministro disse que não iria discutir 12 imputações de abuso de poder econômico, 6 imputações de abuso de poder político, outras 3 de abuso político e econômico, e que iria concentrar a sua argumentação sobre gastos ilícitos.

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