Em dez dias, quase 200 mil pessoas passaram pela 2ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, segundo estimativas iniciais dos organizadores. O evento reuniu em Brasília, em vários espaços da lona montada em plena Esplanada dos Ministérios, pelo menos 128 autores nacionais e internacionais e uma programação que mesclou lançamentos de livros com palestras, debates, peças teatrais, shows e contação de histórias.
De acordo com os organizadores, as homenagens aos escritores Ariano Suassuna e o uruguaio Eduardo Galeano, autor de Veias Abertas da América Latina, atraíram o maior público da bienal. As atrações ocorreram em um auditório com 800 lugares. Assessores do evento disseram que foram colocadas mais 200 cadeiras no local e instalado um telão para que as pessoas que ficaram do lado de fora pudessem acompanhar a palestra dos escritores e as homenagens.
A bienal deste ano ainda foi atração para as escolas públicas do Distrito Federal (DF), que se desdobraram para selecionar um grupo limitado de alunos que participaria dos passeios diários que ajudaram a lotar o evento. Por dia, quase 15 mil estudantes visitaram a bienal divididos em três turnos. O transporte foi arcado pela Secretaria de Educação do DF, que também disponibilizou R$ 4 milhões para a compra de livros. Os alunos que visitaram os estandes das livrarias indicavam títulos que gostariam que estivessem nas bibliotecas escolares e os coordenadores pedagógicos fizeram a seleção final.
Nas atrações desta segunda (21), último dia do evento, os destaques ficaram com o teatro de bonecos João e o Pé de Feijão, que encheu a Arena Infantil Monteiro Lobato, e com as mesas redonda sobre literatura negra e sobre a leitura no mundo de novas tecnologias. O último debate tratou das fronteiras impostas à literatura e foi conduzido por especialistas do Brasil, do Chile, da Bolívia, da Colombia e do Uruguai.
A 2ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura começou no dia 11 de abril e abriu a programação do aniversário de 54 anos de Brasília. Um dos temas mais tratados no evento foi os 50 anos do golpe militar. O assunto inspirou palestras, seminários e exposições. A primeira edição do evento ocorreu em abril de 2012 e reuniu em Brasília cerca de 200 autores de vários países. Na época, os homenageados foram o escritor nigeriano Wole Soyinka, prêmio Nobel de Literatura de 1986, e Ziraldo, um dos maiores expoentes de literatura infantil brasileira.
Carol Gonçalves, ABr