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Caminho do futuro

Bioeconomia alavanca o desenvolvimento sustentável

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Autor/Imagem:
Cláudio Ferreira/Via Agência Câmara

O aumento da produtividade e a utilização de recursos naturais de maneira sustentável são algumas das vantagens da chamada “bioeconomia”, tema permanente de discussão na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.

A bioeconomia reúne atividades econômicas que utilizam recursos biológicos para um novo modelo de desenvolvimento. Representantes do governo, pesquisadores e empresários ressaltaram, na audiência pública, a eficácia de conjugar o ambiente de produção de conhecimento científico e as empresas privadas na busca de produtos inovadores.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por exemplo, apresentou várias vertentes da bioeconomia em pesquisas que estão sendo feitas na Amazônia: do cultivo mecanizado e controle de pragas na produção de mandioca ao melhoramento genético do guaraná.

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, falou também sobre o uso de tecnologia em plantas forrageiras, aquelas empregadas na alimentação de animais, o que evitou, ao longo dos anos, o desmatamento de 23 milhões de hectares na região.

“A tecnologia de desenvolvimento de forrageiras adaptadas possibilitou a recuperação de pastagens degradadas e a utilização dessas pastagens para a produção em áreas obviamente já consolidadas”, observou.

Uso do grafeno
Uma das estrelas dos programas governamentais de apoio à bioeconomia é o grafeno, produzido a partir do grafite. Sozinho ou combinado com outros materiais, ele tem uma variedade de aplicações, que vão da dessalinização da água do mar ao uso em cosméticos.

Coordenador de um centro especializado neste material na Universidade de Caxias do Sul (RS), Diego Piazza explicou que é possível aliar o uso do grafeno aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e detalhou os benefícios para o meio ambiente.

“Desde uma redução no consumo de matéria-prima à potencialização da reciclagem de materiais. Ao mesmo tempo, efeito lubrificante, fazendo com que a gente tenha motores mais eficientes e isso impacta diretamente na redução de CO2, e características como, por exemplo, armazenamento de energia e redução dos índices de corrosão”, explicou.

Bioeconomia é um dos temas centrais da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia. Na audiência pública, o secretário de Empreendedorismo e Inovação do ministério, Felipe Belluci, destacou a importância da interface entre pesquisadores e o setor produtivo.

“Nós gostaríamos de transformar todo esse conhecimento que o nosso ecossistema, em especial as universidades, vem gerando ao longo das últimas décadas em novos produtos, novos processos, e também incentivar o nosso ecossistema a empreender, não um empreendedorismo de oportunidade, mas sim um empreendedorismo de base tecnológica”, disse.

Orçamento federal
Ele ressaltou a necessidade de manter recursos humanos, infraestrutura e, principalmente, o orçamento para os investimentos em bioeconomia e pediu aos parlamentares a garantia de recursos financeiros para o Fundo Nacional de Ciência e Tecnologia (FNDCT). O deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), membro titular da Comissão Mista de Orçamento (CMO), assumiu o compromisso.

“Desde já, eu me coloco à disposição para nós lutarmos por mais recursos para o Ministério da Ciência e Tecnologia, já me comprometi inclusive com o ministro Marcos Pontes. Meu gabinete e meu tempo estão à disposição para que a gente possa enfrentar essa batalha”, disse o deputado.

Está nos planos do Ministério da Ciência e Tecnologia a realização de uma Conferência Nacional de Bioeconomia, mas a data do evento ainda não foi marcada.

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