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Bloco Pacotão, sempre satírico, faz ‘rolezão’ do Planalto até a Papuda

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Brasília despediu-se do carnaval nesta terça-feira (4) com muita sátira política, diversão para crianças e festa nas ruas. Considerado, o  bloco mais tradicional de sátira política do país, o Pacotão abriu os desfiles do último dia de folia na capital federal. Em seu 36º ano de críticas e irreverência, o bloco satirizou a prisão dos condenados do mensalão, com o tema Pacotão faz rolezão do Planalto à Papuda.

O bloco também criticou políticos como os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Congresso Nacional, e Aécio Neves (PSDB-MG), chamando-o de “Aécio Never”. As críticas bem-humoradas não pouparam o sistema prisional do Maranhão, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a Copa do Mundo “padrão Fifa”.

“O Pacotão tem como tema principal a irreverência política. Todos os anos, fazemos concurso de marchinhas carnavalescas e as trazemos para rua”, disse um dos coordenadores do bloco e compositor de marchinhas, Joka Pavaroti. “Há 36 anos, nós nos reunimos aqui e percorremos a W3 na contramão. Hoje esperamos cerca de 10 mil pessoas”, complementou Pavaroti, antes do início do desfile. Ele se referia ao fato de o bloco sair da Entrequadra 302/303 Norte, e percorrer, na contramão, parte de uma das principais avenidas de Brasília, a W3.

Esperado por milhares de foliões do Distrito Federal, o Pacotão reúne jovens, crianças e idosos que, fantasiados ou não, extravasam a alegria carnavalesca. Como Maria Beatriz Nogueira, de 78 anos, que acompanha o bloco há mais de 30 anos. “Eu gosto muito do Pacotão. No carnaval, só venho aqui, derreteu-se Maria Beatriz, enquanto dançava aos som de marchinhas carnavalescas.

A paixão pelo bloco também é um sentimento que faz com que Gabriela Ramthum, de 18 anos, participe da folia. Com paralisia cerebral, Gabriela integra, com outras pessoas com deficiência, o cortejo do “Deficiente É a Mãe”, que há três anos integrou-se ao Pacotão. “Ela gosta muito de sair no carnaval, principalmente aqui”, disse Elenice Ramthum, mãe de Gabriela.

No Parque da Cidade, outro bloco animou o carnaval do Distrito Federal:  a Baratinha, agremiação voltada para os pequenos foliões. Vestidos com fantasias de super-heróis, fadas, princesas e personagens de fábulas, as crianças, acompanhadas dos pais, mostraram que, apesar de pequenas, não estão engatinhando na folia. De acordo com a Polícia Militar, nos momentos de maior concentração, a Baratinha reúne cerca de 10 mil pessoas. Carolina, mãe de Bruna Domingues, de 4 anos, há dois anos leva a filha para brincar na Baratinha. “Ela se diverte muito e também acaba fazendo novas amizades”, disse Carolina, enquanto Bruna se divertia jogando espuma em outras crianças.

No desfile desta terça-feira, a Baratinha também fez um alerta para pais e responsáveis pelas crianças sobre a violência sexual contra os menores de idade. Os pais receberam folhetos e máscaras de uma campanha do governo federal que trata do tema. “É um momento mais do que importante para as famílias ficarem alertas para esse tipo de situação que a gente sabe que infelizmente existe, disse Ubiratan Gonçalves Ferreira, que acompanhava a filha de 8 anos.

O carnaval do Distrito Federal termina hoje com o desfile de vários outros blocos, entre os quais destacam-se a Baratona e os Raparigueiros.

Domingo (2), os blocos reuniram cerca de 50 mil pessoas, que saíram às 17h do Eixão Sul, em direção ao Gran Folia, na Esplanada dos Ministérios. Os blocos Sem Eira nem Beira, Tesourinha e Menino da Ceilândia também mobilizaram os foliões da capital.

Luciano Nascimento, ABr

 

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