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Blocos invadem ruas do Rio lembrando que Momo vem aí

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O domingo nublado no Rio de Janeiro não afastou foliões fantasiados que curtiram neste domingo (7) a abertura não oficial do carnaval, promovida pela Desliga dos Blocos. O grupo agrega blocos não oficiais, que vem reunindo multidões no carnaval do Rio nos últimos anos e prometem repetir o feito em 2018.

Desde o fim da manhã, foliões estiveram na Praça XV, no centro do Rio. No início da tarde, o carnaval também ficou animado no Buraco do Lume, a poucos metros da praça, com a banda do bloco Cordão da Bola Laranja e o Vem Cá Minha Flor, além de um grupo de artistas em pernas de pau. A programação também incluiu festas na Rua dos Inválidos e na Rua do Lavradio, na Lapa, e o cortejo do tradicional Cordão do Boi Tolo, também na Praça XV.

Para a administradora de imóveis Patrícia Mendes, de 24 anos, o carnaval já começou. Com um par de pernas de pau, ela participou do cortejo do bloco Vem Cá Minha Flor no sábado (6) e esteve de novo com o grupo no Buraco do Lume na tarde de hoje. Para ela, a energia do pré-carnaval é a mesma da festa em si.

“Acho que só muda a quantidade de turistas, porque no carnaval eles lotam. Mas é a mesma energia, boa e contagiante como sempre”, diz a administradora, que vai ao máximo de blocos que a agenda permite. “Eu vou em tudo, em todos que eu puder. E olha que nem sou a mais louca de bloco e nem de perna de pau. Tem gente aqui que não dormiu ontem”.

A musicista Talita Lopes, de 38 anos, toca trombone e chega a levar seu som a cinco blocos diferentes durante o carnaval. Para ela, a festa promovida pelos blocos não oficiais tem mais amizade e animação.

“As pessoas estão mesmo para brincar e curtir numa boa”, conta a foliã, que vê um crescimento do pré-carnaval nos últimos anos: “Eu percebo muito mais a presença das pessoas na rua. Acho que não tinha que ser reprimido, tinha que ter mais apoio, porque é bom em todos os aspectos para a cidade. É bom para o comércio, para nós, músicos, para a cultura. E vem muito mais gente de fora”.

A vendedora Vera Cardoso da Silva, de 63 anos, sustenta os sete filhos com a renda conseguida em festas como o carnaval. Com seu isopor de bebidas, ela percorre as festas de rua há 20 anos e está sem emprego formal há três anos.

“A maioria dos camelôs são pais de famílias que dependem deles para levar o pão para a mesa”, revela a vendedora, que conta ter perdido o emprego de costureira depois de ter sido agredida por agentes de fiscalização. “A fiscalização me machucou e eu não pude voltar para o meu emprego. Eu saía do trabalho e ia para a rua vender, porque minha renda não dava”.

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