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‘BNDES é banco; quem tira empresa falida de UTI é médico’

O presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, garante: o banco não é médico que atua em hospital para tirar empresa falida da UTI. Foi uma referência às Lojas Americanas, que enfrentam uma crise com estouro de mais de 40 bilhões em seu balanço.

Mercadante eixou claro que o BNDES não tem que concorrer com o setor privado. O BNDES pode desenvolver novos mercados, e atuar, sobretudo aonde o mercado não chega. “Esse é o papel fundamental”.

O presidente do BNDES também esclareceu que o banco não pode tratar uma pequena e micro empresa ou uma cooperativa de crédito do mesmo modo que vai tratar um projeto de infraestrutura de 35 anos. “São dois clientes totalmente diferentes, duas situações diversas e nós precisamos de instrumentos específicos”.

Ele assegurou que o período histórico de subsídios com a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) do Tesouro Nacional para o banco ficou para trás, porque isso criou instrumentos de transferência de recursos do BNDES para o Tesouro. O BNDES não pode continuar a ser um grande financiador do Tesouro, disse Mercadante.

“Nós já transferimos R$ 678 bilhões para o Tesouro. E não é esse o papel do BNDES. Ele é um banco de fomento, de desenvolvimento. É um banco para gerar emprego, inovação, apoiar micro e pequena empresa, para fazer a transição para a economia verde, para financiar a transição energética, para fortalecer uma agricultura de baixo carbono. Esse é o papel histórico de 70 anos dessa casa e vai voltar a ser assim, enquanto eu estiver aqui”.

Mercadante prometeu ainda que o BNDES vai voltar a debater o Brasil, como fazia no tempo do falecido ministro do Planejamento, João Paulo dos Reis Veloso, do mesmo modo que não vai haver mais censura intelectual na instituição. “Cada um pode ter a sua visão, a sua concepção. Nós queremos pluralidade e diversidade, mas vai debater Brasil e pensar no futuro”.

O presidente do banco disse ainda que não tomará nenhuma decisão a respeito da companhia. Segundo afirmou, compete agora à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ao Banco Central avaliar com rigor o que aconteceu, “inclusive porque os sócios principais têm um volume de capital bastante expressivo para aportar e salvar a empresa e, sobretudo, proteger os fundos de investimento, 40 mil trabalhadores e micro e pequenas empresas que são fornecedoras”.

 

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