O horário eleitoral nas emissoras de rádio e TV nem começou e os candidatos ao Governo do Distrito Federal já estão assanhados com a liderança de Jair Bolsonaro (PSL) em Brasília, que tem o maior índice de eleitores entre os Estados brasileiros. A questão tem provocado reações variadas. Entre tantas, a mais contundente é a do deputado federal Alberto Fraga (DEM), coronel reformado da Polícia Militar, que terá que apoiar Geraldo Alckmin (PSDB), mas que gostaria muito de correr no vácuo do capitão líder nas pesquisas presidenciais. Mas está impedido.
O problema é que o apoio público de Bolsonaro é dirigido ao general Paulo Chagas (PRP), desde o início de sua pré-candidatura. Na semana passada, em um encontro de lideranças de Chagas, Bolsonaro compareceu e mais um vídeo onde declara a situação local que recebe a sua simpatia foi difundido para encerrar a questão. Entre outras semelhanças, ambos são recordistas nas redes sociais e a comunicação deles é instantânea.
Os dois também não podem contar com muito espaço no horário político nas emissoras de rádio e televisão para divulgar seus projetos, em função dos tempos exíguos que receberam. O presidente regional do PRP, Adalberto Monteiro, afirma que está selada a união de Chagas e Bolsonaro há muito tempo. “É um apoio incondicional entre dois militares do Exército”, diz ele, lembrando que na vice-presidência da República na chapa de Bolsonaro há também um general, Hamilton Mourão (PRTB – que está coligado no DF com o PRP), “combativo e rígido em suas posições, que não quer ouvir falar de outro governador no Distrito Federal que não seja o general Paulo Chagas”.
Fica patente que Fraga faz esforço para extrair algum benefício do ex-colega de Congresso Nacional, mas a manobra desastrada já é motivo de memes nas redes sociais. Indagado sobre o assunto, Chagas não quis comentar, já comentando: “Esse é um assunto encerrado. Minhas pautas têm hierarquia.”
Entenda quem quiser.