Servir a dois senhores é um ato condenável. Esse é o motivo pelo qual a família Bolsonaro, agora quando o pai está convalescendo, depois do ataque que sofreu em Juiz de Fora, gravou um vídeo deixando mais uma vez muito claro que o ‘Mito’ apoia o General Paulo Chagas para o Governo do Distrito Federal.
A questão em Brasília são os oportunistas que querem, a qualquer custo, embarcar na onda do capitão líder nas pesquisas. Além de nomes do PSL local, estranhamente coligados ao partido de Ibaneis Rocha que apoia Henrique Meirelles – e contrariando o PSL nacional -, Alberto Fraga continua forçando uma aproximação que definitivamente não tem eleitoralmente com Bolsonaro.
Fraga é Alckmin desde criancinha. Basta observar no canto superior esquerdo dos seus vídeos que lá está: Geraldo Alckmin para presidente.
Flávio e Eduardo Bolsonaro, filhos do capitão candidato, perderam a paciência com Fraga e outros surfistas de ocasião e divulgaram um vídeo ao lado do General Paulo Chagas para acabar de vez com as dúvidas.
Então é assim: o PSL em Brasília não apoia Bolsonaro, mas sim Henrique Meirelles. O DEM de Fraga não apoia Bolsonaro, mas sim Geraldo Alckmin. Os partidos PRP e PRTB do DF, sim, apoiam Bolsonaro.
A avaliação é a de que se os concorrentes ao Buriti não conseguem descolar suas imagens dos dois presidenciáveis aos quais estão servindo, Meirelles e Alckmin, ambos com péssimo desempenho nas pesquisas, então decidiram criar dúvidas no eleitorado.
Fraga ainda recebe atenção especial dos institutos de pesquisa que registraram um segundo lugar para o deputado e a proeza de um crescimento inédito em eleições: nela Ibaneis tem crescido 700% em apenas uma semana, retirando Paulo Chagas de um terceiro lugar técnico para que, supostamente, não fosse convidado para os debates.
Uma parte da mídia seguiu a mesma receita e algumas entidades que nem são veículos de comunicação, surpreendentemente não querem ouvir nomes novos e ilibados, como foi o caso do Sinduscon – organização composta por empreiteiros. Nesse último caso, as incorporadoras fizeram a grosseria de desconvidar o general na última hora de um fracassado debate, alegando que haviam adotado o mesmo critério reservado às emissoras de rádio e TV.
O recado foi entendido perfeitamente pelo general candidato que, resignado, voltou a atenção para o Buriti e para o Palácio do Planalto. Observadores julgam que o recado de Paulo Chagas em vídeo de campanha, em que ele afirma que vai instalar uma Lava Jato de dentro para fora do governo, pode estar preocupando muita gente que leva a sério suas propostas.
Nesse momento é prudente mesmo levar a sério as afirmações do general candidato, que chega até aqui sem ter compromisso com nenhuma corporação dominante. Ele, inclusive, ratificou a Notibras sua decisão de fomentar a iniciativa privada, desburocratizar o setor, deixar que a economia do DF possa fluir sem a interferência exagerada do Estado, para que os empresários possam livremente gerar emprego e renda.
Talvez Paulo Chagas não tenha sido bem entendido quanto a esses fundamentos de desenvolvimento da economia local. Talvez tenha sido muito bem entendido quando diz que fará uma auditoria nunca feita no GDF. Para bom entendedor, um debate basta.
A certeza é a de que a família Bolsonaro já está convencida: a Capital brasileira poderá ser uma referência nacional, caso o General Paulo Chagas ocupe o Palácio do Buriti e ela – a família Bolsonaro da qual Chagas faz parte – a Esplanada dos Ministérios.
Como se vê, tem muito tijolo a sentar até as eleições.
Assista ao vídeo: