Sem ter mais o que argumentar, o governo brasileiro, enfim, reconheceu a eleição de Joe Biden como próximo presidente dos Estados Unidos. Mas foi preciso um mês para que o Itamaraty, que até então apostava em uma vitória de Donald Trump no tapetão, dirigisse, em nome de jair Bolsonaro, os cumprimentos ao vencedor.
“Cumprimentos do Presidente Jair Bolsonaro ao Presidente-Eleito dos EUA Joe Biden”, diz nota do Itamaraty em nome de Bolsonaro. Acrescenta o texto: “Saudações ao Presidente Joe Biden, com meus melhores votos e a esperança de que os EUA sigam sendo “a terra dos livres e o lar dos corajosos”.
O próprio Bolsonaro, em postagem nas redes sociais, disse que estará “pronto a trabalhar com V. Exa. (Biden) e dar continuidade à construção de uma aliança Brasil-EUA, na defesa da soberania, da democracia e da liberdade em todo o mundo, assim como na integração econômico-comercial em benefício dos nossos povos.”
A avaliação na diplomacia brasileira foi a de que, com a vitória de Biden no colégio eleitoral e a conclusão da judicialização promovida por Donald Trump –com resultado negativo para ele— era inevitável o reconhecimento.
Junto com o reconhecimento, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, já determinou à Embaixada do Brasil nos Estados Unidos que comece a reconstrução de pontes com o governo americano. O motivo é que chegaram a ele informações de que os democratas passaram de uma situação de incômodo com o não-reconhecimento para um estágio de indiferença com o governo brasileiro.