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Ford, Herzfeld e Juca

Bolsonaro põe em risco democracia brasileira

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Autor/Imagem:
João Moura

Perigo Real e Imediato; Contrato de Risco; Brasil Já Vai à Guerra. São três cenários de ficção, distintos, mas que se encaixam perfeitamente no perfil de Jair Bolsonaro, um presidente que preenche integralmente o quadro indicativo do comportamento autoritário de um líder que, depois de eleito, se tornou a imagem daquilo que combatia.

São dois filmes de sucesso de bilheteria. E uma música (dentre muitas proibidas de Juca Chaves, antes, durante e depois dos regimes militares) que ajudam a desenhar o Brasil de hoje. Mesmo porque, razões não faltam para que o governo simbolize, ao menos de alguma forma, uma ameaça ao regime democrático brasileiro.

Desde que Bolsonaro tomou posse, o povo tem observado diversas ações do presidente que são verdadeiras ameaças ao Estado democrático de Direito. Na maioria das vezes o que se vê é um líder autoritário exibindo suas características egocêntrica, individualista, centralizadora e egoísta. Todas essas peculiaridades de tom negativo podem ser expressas por meio de palavras e termos grosseiros, comportamentos desrespeitosos e indiferença com seus pares, com os outros Poderes e com a sociedade.

São comuns os recados em tom ameaçador, do tipo “não provoquem o Executivo”. O que seria mesmo provocar o Executivo? Entende-se que a administração pública (o Executivo) precisa na maioria das vezes ser provocada para que faça alguma coisa, pelo menos em se tratando de “atender ao público-contribuinte”.

Mas, o o presidente demonstra não querer isso. Ao contrário, ele parece sonhar com todos se ajoelhando aos seus pés., curvando-se a um mito que hoje sabe-se ser de barro. Ele vai além fronteira, com voo solo, atacando a Organização Mundial de Saúde em plena pandemia do novo coronavírus, na contra-mão da quase totalidade dos países espalhados por este planeta doente.

Bolsonaro pode até trazer resultados positivos para o Brasil, mas com um alto custo. Não adianta a economia nacional fluir, se tem por trás do seu giro, uma tragédia social, desumana. Está sendo assim com a Covid-19, que na visão do presidente não passa de uma “gripezinha”. Só que essa “gripezinha” já matou mais de 46 mil brasileiros. E a contagem não para de crescer.

Por acreditar que está acima de todos e que sabe mais do que outras pessoas, Bolsonaro trata o povo brasileiro com desprezo, como se dono da verdade fosse. Para piorar, ele tem pouco (ou nenhum) controle emocional quando é contrariado em suas intenções. Consequentemente, cria situações em que agride verbalmente quem não lhe abaixa a cabeça e os expõe ao ridículo.

Bolsonaro, pela sua forma de domínio político, defensor de uma ideologia antiliberal e de viés autoritário, já figura no pequeno mundo dos governantes indesejáveis. Isso fica claro quando ele demonstra um amor platônico ao presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que também tem o mesmo estirpe de governar e que põe em risco as democracias do mundo.

Jair Bolsonaro surgiu do nada – seus quase 30 anos no Congresso Nacional, como deputado federal, não contribuíram em nada para o país – e, eleito, mergulhou o Brasil no ostracismo e no obscurantismo político e marginal. A vida parlamentar do capitão foi ineficiente, marcada por excessos de retóricas e narrativas de parábolas, com um enorme vazio em se tratando de programa de governo.

Dia após dia, fica cada vez mais claro que o presidente tem um desprezo pelas instituições democráticas, incluído na linha de frente o STF e o Congresso Nacional. Já provou por variadas formas que não respeita os direitos humanos e desconhece as liberdades e direitos fundamentais. Reclama do “esticar da corda”, mas é o primeiro a vociferar ameaças, a insuflar a população a invadir espaços e andar armada, com a narrativa de que é preciso fiscalizar e se proteger.

Mas, quando é ele o fiscalizado, quando as instituições tentam afastar o risco que a democracia corre nas mãos do seu feitor, Bolsonaro expõe seus delírios e mentiras colocando em risco não só a democracia como também a vida e o futuro de gerações e das famílias do Brasil. O presidente, ele próprio, é um personagem caricaturesco que vem destruindo o mundo que as gerações passadas construíram.

Harrison Ford é brilhante. Como cidadão e ator. O mesmo pode ser dito de John Herzfeld. Quanto a Juca Chaves, a palavra final fica com o pessoal que usa farda na Marinha e na Aeronáutica. O porta-aviões tem fuzileiro e paraquedista. A turma verde-oliva que se cuide.

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