Se as eleições do próximo ano forem realizadas sem voto impresso, e se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso disputa o pleito, saia vitorioso, o Brasil afundará numa convulsão social.
Esse suposto clima de baderna foi antecipado nesta quinta, 17, pelo presidente Jair Bolsonaro. Em sua live semanal, o presidente voltou a bater na necessidade do voto impresso e auditável “para evitar fraude”.
Bolsonaro não citou Lula literalmente. Mas, em seu pronunciamento, referiu-se ao caso ‘do presidiário que se tornou elegível por ato do Supremo Tribunal Federal’. E dentro dessa moldura, só cabe mesmo o petista.
Na opinião do presidente, se a regra não for mudada, mantendo-se apenas a urna eletrônica, sem meio para auditar os votos, “um lado (da disputa) poderia não aceitar os resultados da eleição e “criar uma convulsão no Brasil”.
“Vamos respeitar o Parlamento. Caso contrário, teremos dúvidas nas eleições e podemos ter um problema seríssimo no Brasil. Pode um lado ou outro não aceitar e criar uma convulsão no Brasil”, disse Bolsonaro, sobre a mudança na atual regra.
O voto auditável está em tramitação no Congresso por meio de uma emeda à Constituição. A iniciativa partiu da deputada Bia Kicis (PSL-DF); o relator é o deputado Filipe Barros (PSL-PR). Os dois compõem a ‘tropa de choque’ do Planalto no Congresso Nacional.
A medida, se aprovada, tornará obrigatória a impressão do voto para auditagem. A expectativa é de que a emenda seja votada antes do recesso de julho. Ministros do STF e do TSE consideram a volta do voto impresso um retrocesso. Mas o Nostradamus tupiniquim pensa diferente.