O monótono circo da Fórmula 1 desembarcou no Brasil bem antes do domingo, 17 de novembro, quando está prevista a etapa de Interlagos. Foi nesta segunda, 24. Como se continuassem vivendo em palanques eleitorais o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, trocando farpas, cada um querendo puxar a sardinha para o seu prato.
A primeira provocação veio de Bolsonaro: “A imprensa diz que ele (Doria) será candidato à Presidência em 2022, então ele tem que pensar no Brasil. Se ele disputar a reeleição, aí ele pensa no seu Estado. Melhor ficar no Rio do que não ficar em lugar nenhum”, disse o presidente sobre o futuro da principal categoria do automobilismo mundial.
Doria retrucou. Segundo o governador paulista, a questão da F1 não é política. “É um assunto econômico. Não é hora de eleição. É momento de gestão”, alfinetou. O presidente foi para a tréplica, afirmando que o governador deveria “pensar antes no País (já que quer ser presidente) e menos no seu estado”.
No mês passado, Doria comentou sobre a possibilidade de o Rio sediar o evento em um novo autódromo que ainda está no papel na zona norte da cidade. “Não tem nada em Campo de Deodoro, rigorosamente nada em Deodoro. Como pode imaginar que um investimento que não existe, que não está projetado, desenhado e orçado, possa fazer com que surja um autódromo internacional qualificado e aprovado pela federação internacional de Fórmula 1 em 2020. Algo não orna”, disse o governador.
Mas Bolsonaro insiste em levar a corrida para o Rio daqui a dois anos. E indicou que não haverá ‘guerra’ entre Rio e São Paulo sobre o assunto. “Somos o Brasil. O João Doria tem que pensar no Brasil”, enfatizou
O presidente reafirmou sua posição, garantindo que os fãs da F1 não perderão a etapa brasileira nos próximos anos. “Nós não perderemos a Fórmula 1. O contrato vence ano que vem com São Paulo e resolveram retornar a Fórmula 1 para o Rio de Janeiro. Seria isso ou a saída do Brasil. 99% de chance ou mais, de termos a Fórmula 1 a partir de 2021 no Rio de Janeiro”, frisou o presidente, supostamente dando um ponto final na polêmica.