‘Meu presidente (Bolsonaro) encarna todos os meus credos. Prometo defendê-lo enquanto pólvora tiver’. A frase, de 2021, é de Roberto Jefferson. Foi postada em abril de 2021. Um ano e três meses depois, ele provou a lealdade; disparou tiros de fuzis e arremessou ao menos uma granada contra policiais federais que, atendendo determinação judicial, foram à casa do ex-deputado bolonarista para prendê-lo.
O presidente, mentindo mais uma vez, apressou-se em dizer que não tem ligações com seu fiel escudeiro. E declarou que ninguém encontraria uma foto dos dois juntos. A foto existe. Ao menos essa, que ilustra esse texto. Bolsonaro pode estar por atrás de toda essa trama para tumultuar o processo eleitoral, segundo supõem juristas e analistas políticos.
Os delegados da Polícia Federal, em nota oficial, repudiaram o ataque contra representantes da instituição. O ato genocida de Roberto Jefferson não foi contra um miliciano (grupo do qual ele faz parte), mas contra agentes de Estado e não de governo. O radicalismo de direita patrocinado por Bolsonaro e seus asseclas está chegando ao extremo. E a salvaguarda da democracia, para o bem do Brasil, virá respalda pelas urnas, no dia 30, com a vitória de um democrata como Luiz Inácio Lula da Silva na corrida presidencial.
Os próprios delegados federais manifestaram repúdio à violência do maior fiel dos bolsonaristas. A associação que congrega os delegados exige uma apuração com lupa do que motivou essa reação. Dentro da corporação há quem suspeite que tudo foi armado para conturbar a semana que antecede a eleição do segundo turno que decidirá o próximo ocupante do Palácio do Planalto. Os brasileiros não merecem viver sob o arbítrio, com um ditador que traz as mãos sujas de sangue pelo longo período que serviu à ditadura.
Para a Associação dos Delegados de Polícia Federal, é totalmente repudiante e descabido o ataque sofrido por policiais federais durante o cumprimento de mandado de prisão de Roberto Jefferson, em sua casa, no município de Levy Gasparian, no Rio de Janeiro.
Inconformados com a reação do cabeça do movimento bolsonarista, e temendo consequências mais graves, os delegados sustentam ser totalmente inaceitável qualquer tipo de violência contra policiais federais, em especial no
cumprimento do dever legal estabelecido pela Constituição Federal.
“A ADPF estima pela pronta recuperação dos policiais federais vítimas desse absurdo atentado. Os Delegados Federais vão acompanhar vigilantes o desdobramento dos fatos e exigirão uma rigorosa punição ao responsável (e seus mandantes) pelas agressões, diz o manifesto assinado pela Associação dos Delegados da Polícia Federal.
Pelo visto, o caldo vai entornar. E muitas cabeças poderão rolar antes mesmo do próximo dia 30. Com mais essa ação insana, o bolsonarismo foi definitivamente enterrado na lama. E o Brasil caminha para viver ares de liberdade.