Perto do sonho
Bolt começa treinos e agora só pensa em marcar gols
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emUsain Bolt leva a sério seu sonho de mudar de esporte. Aposentado no atletismo, em que brilhou em Jogos Olímpicos e encantou o mundo ao ser apontado como o homem mais rápido do planeta, um verdadeiro raio, começou ontem a treinar futebol no Central Coast Mariners, clube da primeira divisão da Austrália. Cerca de cem fotógrafos e jornalistas registraram a cena. O atleta se sentiu confortável e brincou com todos eles.
Dono de oito medalhas de ouro olímpicas e dos recordes mundiais nos 100 e 200 metros no atletismo, o jamaicano não abre mão de se aventurar pelos gramados do futebol. O treinamento, uma novidade para quem só fez correr a vida inteira, ocorreu no mesmo dia em que Bolt completou 32 anos.
Bolt participou de um leve treino de fundamentos e agilidade. Na entrevista ao lado do técnico Mike Mulvey, demonstrou a sua vontade de deixar o clube “orgulhoso”, agradecendo a recepção dos seus colegas de elenco. “A recepção foi muito calorosa. Todos me receberam com amor e sinto-me muito respeitado. Pedi para ser tratado como apenas mais um jogador do grupo e o treinador me explicou que não teria tratamento especial ou diferenciado para mim”, afirmou o jamaicano, que revelou ter recebido convites de outros países europeus para fazer testes, algo que já realizou na Alemanha, Noruega e também África do Sul.
Questionado em qual posição ele espera jogar, Bolt disse que é melhor atuando de centroavante, mas que está aberto para jogar onde for necessário. Ao menos seu discurso já se assemelha aos dos jogadores de futebol profissional. O que Bolt quis dizer é que ele se coloca à disposição do treinador. “Quero marcar quantos gols forem possíveis e conquistar títulos”, comentou. Pela altura (1,95m), Bolt poderia se dar bem dentro da área, entre os zagueiros, em bolas de cruzamentos e escanteios. Pelo velocidade, que já não é mais a mesma, poderia ainda ser um bom ponta-direita.
A estreia de Usain Bolt pelo Central Coast Mariners, que ficou na última colocação do Campeonato Nacional na temporada passada, pode acontecer no fim do mês, dia 31, uma sexta-feira. O jamaicano, aposentado das pistas há apenas um ano – esteve nos Jogos Olímpicos do Rio –, admitiu que “o primeiro dia de treinos é sempre o mais duro” da preparação, mas não escondeu a ambição de participar pela primeira vez de um jogo oficial de futebol. “(Me escalar) será uma decisão da comissão técnica.
Estou aqui para me esforçar ao máximo, veremos se tenho a minha oportunidade”, disse o jamaicano, que vai permanecer no Central Coast Mariners por tempo indeterminado na esperança de conseguir assinar o seu primeiro contrato como jogador profissional. “Estou tentando dar o primeiro passo agora, que é conseguir um contrato oficial.” A verdade é que nenhum jogador parado e com 32 anos consegue entrar em forma em apenas dez dias de trabalho, mesmo no futebol australiano. Bolt terá de ralar bem mais.