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Bomba coreana piora as relações EUA-China

O quinto teste nuclear da Coreia do Norte, conduzido nesta sexta-feira, 9, estimulou apelos para que os países tomem alguma ação, mas um desentendimento entre os EUA e a China está estreitando o alcance de uma cooperação para punir Pyongyang.

Com o experimento desta sexta, a atenção se voltou ao que pode ser feito sobre o programa nuclear da Coreia do Norte, que garante se capaz de produzir mísseis nucleares. A presidente da Coreia do Sul disse que iria procurar sanções mais rígidas via Conselho de Segurança da ONU e os diplomatas dos EUA e da Rússia pediram que se discutisse alguma ação. O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, conversou com Barack Obama, exigindo que Pyongyang entenda os custos das suas provocações.

De acordo com especialistas, a ONU pode considerar desde um endurecimento das sanções impostas neste ano até cortar a Coreia do Norte do sistema bancário internacional. Porém, uma ação do Conselho de Segurança depende fortemente da China – aliada da Coreia do Norte e principal parceira comercial -, que tem se desentendido com os EUA sobre questões regionais de segurança no Mar da China Meridional e tensões na península da Coreia.

No centro da desconfiança de Pequim em relação a Washington está a construção de um sistema de defesa planejado para ser implementado na Coreia do Sul, conhecido como Terminal High-Altitude Area Defense (Thaad). Os EUA afirmam que o sistema é elaborado para proteger seu aliado de mísseis da Coreia do Norte, mas Pequim afirma que o Thaad pode ser usado também para rastrear os mísseis chineses e acabar com o seu programa nuclear

Durante as reuniões do G-20 no último fim de semana, o presidente da China, Xi Jinping, discutiu o Thaad com Obama e com a líder sul-coreana Park Geun-hye, afirmando que o sistema poderia “intensificar disputas”. Park rebateu, dizendo que o Thaad é uma resposta às ameaças da Coreia do Norte e não “a um terceiro país”.

Nesta sexta-feira, uma porta-voz do Ministério do Exterior chinês disse que Pequim se “opõe fortemente” ao teste realizado pela Coreia do Norte, mas pediu a todas as partes que “ajam com cautela” e “evitem se provocar mutuamente”.

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