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Bomba da PF sobre urnas joga estilhaços no Palácio do Planalto

Ministério Público Federal(MPF) e Polícia Federal(PF) falam à imprensa sobre a operação da Lava Jato/RJ para desmantelar esquema envolvendo ex-presidente do Paraguai

O clima é de tensão no Palácio do Planalto, onde a guarda pretoriana de Jair Bolsonaro já não sabe o que fazer para escudar o presidente das respostas que ele recebe toda vez que sinaliza ataques à democracia, seja sugerindo, mesmo que indiretamente, colocar tanques às portas do Congresso e do Supremo, seja, como tem reiterado, com ataques gratuitos e infundados às urnas eletrônicas.

As vozes cada vez mais altas contra o presidente ganharam um tom mais elevado na terça, 19, quando a Polícia Federal – uma instituição de Estado, que não se permite comparar a um grupelho de oficiais superiores do Exército, Marinha e Aeronáutica que ainda mamam nas tetas do governo – saiu em defesa da lisura das urnas eletrônicas. E foi justamente essa postura que deixou o capitão e seus seguidores entrincheirados.

Todos sabemos que os policiais federais, salvo exceções, como os bolsonaristas-raiz, são fiéis cumpridores da Constituição. Cabe à categoria, por exemplo, investigar suspeitas envolvendo o processo eleitoral. E é justamente com base nos ataques de Bolsonaro, que agentes, escrivães e delegados saíram em defesa da maquinazinha que registra votos. Ao contrário de muito políticos, o sistema (eleitoral brasileiro) é incorruptível. Pronto. Bastou a PF dizer isso para que a brasa se espalhasse pelo Alvorada, Planalto e adjacências.

Para os policiais federais, o sistema eletrônico de votação está acima de qualquer suspeita. Ao contrário de generais que obedecem ordens de um capitão estabanado, eles não prendem nem arrebentam. Apenas seguem as letras da lei. Simples assim. O recado foi dado a esse governo que caminha para um fim vergonhoso e desastrado em nota pública assinada pela Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) e Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol).

Os termos da PF, em tom duro, aconteceram após mais um ataque infundado, totalmente sem provas, feito por Jair Bolsonaro em reunião com embaixadores na segunda-feira, 18. A bomba explodiu no colo do presidente e espalhou estilhaços por toda a sua equipe. Eles (os federais) “manifestam total confiança no sistema eleitoral brasileiro e nas urnas eletrônicas”. E lembram, a propósito, que, ao longo de anos de investigações conduzidas pela PF, nenhuma irregularidade foi constatada envolvendo maquinazinhas de votar.

“A Polícia Federal é uma das instituições de Estado que tem por atribuição garantir a lisura e segurança das eleições, que desde a redemocratização ocorrem sem qualquer incidente que lance dúvidas sobre sua transparência e efetividade. É importante reiterar que as urnas eletrônicas e o sistema eletrônico de votação já foram objeto de diversas perícias e apurações por parte da PF e que nenhum indício de ilicitude foi comprovado nas análises técnicas”, diz o documento assinado por dirigentes de toda a categoria.

Para não deixar barato, os federais pontuam enfatizando que “assim como diversas outras instituições renomadas, (a Polícia Federal) tem participado de testes públicos de segurança promovidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e abertos a qualquer cidadão, cujo objetivo é buscar o contínuo aperfeiçoamento das urnas eletrônicas, sendo que até o momento não foi apresentada qualquer evidência de fraudes em eleições brasileiras”.

A nota (leia abaixo) é dura. E para complicar ainda mais para o lado de Bolsonaro e seu cada vez mais reduzido número de apoiadores, tem o aval de outras entidades, como a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Associação dos Juízes Federais (Ajufe) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Leia a notaA Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (FENADEPOL) manifestam total confiança no sistema eleitoral brasileiro e nas urnas eletrônicas. A Polícia Federal é uma das instituições de Estado que tem por atribuição garantir a lisura e segurança das eleições, que desde a redemocratização ocorrem sem qualquer incidente que lance dúvidas sobre sua transparência e efetividade.

É importante reiterar que as urnas eletrônicas e o sistema eletrônico de votação já foram objeto de diversas perícias e apurações por parte da PF e que nenhum indício de ilicitude foi comprovado nas análises técnicas.

A Polícia Federal, assim como diversos outras instituições renomadas, tem participado de testes públicos de segurança promovidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e abertos a qualquer cidadão, cujo objetivo é buscar o contínuo aperfeiçoamento das urnas eletrônicas, sendo que até o momento não foi apresentada qualquer evidência de fraudes em eleições brasileiras.

Acatar a legislação eleitoral vigente e respeitar a constituição, bem como as decisões democráticas é imprescindível a todo e qualquer representante eleito ou postulante a cargo eletivo.

As entidades representativas que subscrevem esta nota têm total confiança de que, neste ano, o povo brasileiro escolherá seus representantes de forma transparente e republicana como sempre fez.

Brasília, 19 de julho de 2022

Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF)
Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF)
Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (FENADEPOL)

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