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Prova de Redação

‘Bomba’ pode ser literalmente um problema pra turma do Enem

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Autor/Imagem:
André Montanha - Foto Reprodução Valter Campanato/ABr

Hyai, prima de Ia, é uma amiga mais extrovertida. Professora, 39 anos, ela não tem papas na língua. Quando pode, ajuda. Se entende que não tem como contribuir com nada, pode ter certeza de que não agirá no sentido de prejudicar. No final da tarde dop sábado, 4, ela chegou de surpresa para uma visita. Desliguei o televisor e a mente do jogo em que o Fluminense disputava o título da Libertadores com o Boca Juniors no Maracanã. Preferi a doce voz e o brilho dos olhos dela à incerteza de um título inédito na história do meu time de coração.

– E o Enem, André, andou dando dicas aos seus amigos?, perguntou-me, à véspera da prova em que ao menos 4 milhões de estudantes estarão enfrentando a primeira parte de uma batalha para garantir uma cadeira em uma faculdade.

Respondi que tenho conversado virtualmente aqui e ali, alertando principalmente para o tema da Redação, que pode ser, suponho, literalmente uma bomba, em meio aos conflitos que afundam o mundo em sangue. Ela concordou. “Mundo louco este em que vivemos”, sublinhou. E como professora que é, somou, às minhas orientações, algumas que ela considera convenientes para os estudantes.

Uma boa Redação, pontuou Hyai, é a base de tudo. A nota mil é rara, mas não impossível. O pior é levar ‘bomba’ se o tema for sobre os mísseis que hoje caem em abundância no Oriente Médio e na disputa territorial entre Rússia e Ucrânia. Portanto, acentuou, é fundamental que os candidatos tenham conhecimentos gerais sobre as atualidades geopolíticas.

No entendimento de minha amiga professora, se o candidato quer criar diferenciais para a sua prova do Enem, uma excelente opção é investir em uma melhor preparação para a prova escrita. É por isso que vale a pena ficar de olho em dicas de redação do Enem, pois elas podem simplificar sua ação no dia da prova e assim gerar melhores resultados.

Vale a pena acompanhar o noticiário, ao menos conferindo semanalmente o que acontece no Brasil e no mundo. Temas como política e economia podem ser úteis, mesmo que não sejam cobrados de maneira direta na prova. O fato é que o que costumamos chamar de atualidades representa um apoio para que o aluno tenha como desenvolver seus textos, demonstrando repertório e compreensão a respeito do universo em que vive.

Ela sugere que ninguém deve tentar adivinhar o que vai cair na prova. Ao contrário, deve procurar compreender o contexto atual em que vive para a partir de então não ser surpreendido. Se o aluno estiver bem informado, dificilmente terá problemas para trabalhar o seu texto. Até porque o Enem oferece pequenos textos de apoio.

Uma dica, embora em cima da hora, é procurar escrever semanalmente sobre o principal tema daquele período. Uma redação simples, com 30 linhas sobre o que de mais importante impactou o país ou o mundo já ajuda a praticar e se manter em dia com o que acontece ao seu redor.

Hyai frisa, em nossa conversa, que existem diferentes abordagens para uma prova de redação. Pode ser uma carta, fazer uma narrativa, entre outras. De qualquer forma, deve-se sempre ter como saber o que os examinadores desejam, por meio do edital do Enem. Sendo assim, é importante recorrer a ele para se sair bem em uma prova.

Não existe segredo, ela garante. A prova traz aquilo que chamamos de “frase-tema” e o aluno tem 30 linhas para discorrer sobre o assunto, podendo contar com os textos de apoio. Assim, a prova é de caráter dissertativo-argumentativo e para fazê-la é preciso construir uma estrutura com introdução, desenvolvimento e conclusão.

Hyai, ponderada, enfatiza que o aluno precisa ter conhecimento a respeito do que os examinadores realmente esperam de um candidato no Enem. E acrescenta, como se dirigindo ao próprio candidato: “Não se preocupe; não há nada de especial nas exigências. Elas basicamente se concentram na sua capacidade de desenvolver um raciocínio coerente e fazer isso de maneira correta.

O importante, ainda na visão da minha amiga professora, é procurar trabalhar com lógica, escrevendo com critérios, sem se perder na sua abordagem. É importante apresentar argumentos, justificando o que você pensa. Os examinadores querem ver a forma como você interpreta o que vê. Isso é tão importante quanto uma escrita capaz de revelar o seu domínio do idioma.

As pessoas precisam entender, acentua Hyai, que o Enem valoriza tanto a parte técnica quanto aquilo que é único e exclusivo de cada candidato, ou seja, sua visão de mundo.

Peço um aparte para lembrar que a prova de redação tem o mesmo peso de todas as outras do Enem. Assim, o resultado dela é somado ao das demais provas para gerar a nota final.

Tanto, pontuo, que não é porque um tema foi exigido em uma edição anterior que você deva deixá-lo de fora dos seus estudos para uma nova edição. Pelo contrário, é bom avaliar versões antigas do Enem, por ser uma forma de qualificar a sua preparação. Se não passar dessa vez, para o próximo faça simulados, pratique as provas dos anos anteriores e tente melhorar a cada teste. Provas como as do Enem apresentam um perfil. E quem fizer o melhor desenho mental, se sairá bem.

A conversa sobre as provas deste domingo estavam caminhando para o final, quando Neusa, minha mãe, ofereceu uma tapioca.

– Tô dentro, afirmou Hyai prontamente, com aquele sorriso de criança inocente e brilho nos olhos. tão intenso como os raios do sol, a exemplo da própria Ia. Parece ser uma marca da família.

Depois da tapioca, regada a suco de framboesa, minha amiga foi embora. Despediu-se esperando ter contribuído, com suas dicas, para que os candidatos que enfrentarão o Enem neste e no próximo fim de semana, tenham sucesso. E lembrou, antes do aceno final, que quem estiver preparado, não levará ‘bomba’. Como aquelas que andam caindo aqui e acolá, neste mundo, repito, cada vez mais guerreiro – e não aguerrido.

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