Um movimento, antes apenas um murmurinho entreouvidos, começa a ganhar força nas fileiras do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar do Distrito Federal. É o questionamento da política salarial da área de Segurança Pública que ganha voz ativa.
A briga, que deve render dores de cabeça ao governador eleito Ibaneis Rocha, é no sentido de acabar com a defasagem salarial, ao mesmo tempo em que busca isonomia entre os policiais civis e os militares (aí incluídos os bombeiros).
A bandeira tem sido levantada abertamente pelo coronel Eugênio César Nogueira, da reserva do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. “Há falhas que devem ser corrigidas, e não podemos ficar de braços cruzados”, disse ele em conversa com Notibras.
Um dos pontos citados por Eugênio diz respeito à promoção nas diferentes carreiras. Um agente da Polícia Civil, por exemplo, pode alcançar o mais alto posto na carreira (de delegado especial) com apenas 15 anos de serviço. Já para chegar a coronel, um policial militar cumpre em média 27 anos na ativa.
Outra discrepância, segundo o coronel Eugênio, está no número de delegados na Polícia Civil – são algumas centenas -, enquanto no Corpo de Bombeiros existem apenas 19 oficiais no mais ato posto.
– Não estamos promovendo segregação na área da segurança pública. O que queremos é corrigir distorções, diz Eugênio. Ele bate na tecla para que o futuro governador corrija as diferenças salariais entre as diferentes categorias.
“Um policial civil ganha em média 1 mil 500 reais acima do policial militar. Não bastasse isso, as funções gratificadas no âmbito da polícia civil passam de 1 mil, enquanto na área militar, são exatas 67”, finaliza, sugerindo que isso também deve ser colocado na mesa na hora das negociações dos reajustes salariais.