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Boné de ex-garanhão só faz sombra para o morto

Foto/Reprodução das redes sociais

Ex-combatente do sexo, Alcebíades Antônio Pecegueira, vulgo Cibidi 33, foi batizado na pia pintoscopal da Igreja Ortodoxa como macho inviolável e sem desvio de função. Para que não houvesse dúvida sobre a fama de reprodutor juramentado e endeusado pelo rei inglês Luiz XVI, pai de 88 filhos, Cibidi 33 não aceitava mão masculina no ombro nem que o repousante fosse o papa Jorge Mario Bergoglio, o nosso hermano Francisco I. Era daqueles que, para manter a performance de imbrochável, fazia novena até para santos desconhecidos.

São Prosdócimo, São Médard de Picardia e São Januarius eram os preferidos nas noites sombrias de evasão feminina por conta do encolhimento do ex-pássaro errante. Por conta da parentela distante com Luiz XVI, Alcebíades se autodenominava nas rodas de rufiões como Cibidi Sixteen. Viveu longos anos por conta das glórias de sua virilidade cantada em camas e mesas. Foi o que foi enquanto pode e até onde sua força putiniana de pai eterno aguentou. Em seus melhores momentos, lembrava um Mustang cor de carne e de quase mil cavalos puro sangue.

Hoje, na faixa dos que já dobraram o Cabo da Boa Esperança, mais parece um Maverick V8, daqueles que bebem muito, andam pouco e param bufando antes mesmo do carburador entupir. Por sua causa e por determinação de Bergoglio, a Igreja Católica se antecipou à Igreja Ortodoxa e obrigou a todos os padres, bispos, monsenhores e arcebispos a usar as homilias diárias para informar que as traições cometidas por homens acima dos 60 anos deixaram de ser pecado, passando a ser consideradas apenas pequenos milagres. É a triste história de todos aqueles que, após certa idade, usam o boné exclusivamente para fazer sombra para o morto.

Depois da fase em que ele não mais se reconhecia, Cibidi Sixteen até pensou em recomeçar os estudos do outro lado do mundo, mais precisamente na Austrália, onde, segundo ele, até canguru tem bolsa. Desistiu da viagem depois que soube que por lá nem o ornotorrinco sobrevive à abstinência sexual. Mudou de ideia tão logo lembrou do passado de garanhão e assumiu o presente de cobra cega, aquela que serpenteia, serpenteia, mas só consegue engolir perereca ou sapo cururu após doses cavalares do chá de pau d’alho. O tempo passa para todos.

Passou para Cibidi que hoje pensa na bobiça como algo do século passado, quando o ainda Jorge Ben, em uma de suas várias composições em homenagem a São Jorge, lembrou que nesse mundo nunca se está sozinho. E salve Jorge. Cibidi Sixteen não tem mais preocupações com a brochura. Tem com a filha. Soube por terceiros que em uma dessas noites de insônia sexual ele surpreendeu o genro se pegando com a menina no sofá da sala. Indagado sobre tal indecência em uma casa dita de família, o namorado respondeu que estava somente mostrando a afeição que tinha pela futura patroa. Mais do que o pegamento, o susto de Alcebíades foi com o tamanho descomunal da afeição do rapaz. E logo depois com o tamanho da barriga da filha.

*Wenceslau Araújo é Editor-Chefe de Notibras

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