O candidato ao Palácio do Planalto Guilherme Boulos (PSOL) afirmou, na abertura do debate da RedeTV!, que “talvez muitos estejam me vendo pela primeira vez. Eu sou candidato a presidente do Brasil porque eu estou indignado como você. Política para mim não é carreira, é desafio”.
Boulos sustentou que quer ser presidente “para enfrentar os privilégios, porque hoje o Brasil é como se fosse uma corrida de 100 metros em que alguns começam 60 metros na frente. Não dá mais para ser assim. Eu quero ser presidente para acabar com a esculhambação que virou esse sistema político e o toma-lá-dá-cá. Eu quero ser presidente para tirar o Brasil da crise. Hoje eu vou apresentar propostas concretas de como nós vamos fazer isso, propostas de quem tem coragem para mudar o Brasil.”
Pré-sal e Petrobras – “Eu concordo integralmente com a opinião do eleitor. O pré-sal, o petróleo é uma riqueza nacional. Lamentavelmente, o governo Temer está entregando a Petrobras para as empresas estrangeiras. Nós vamos revogar a entrega do pré-sal para as empresas estrangeiras. Nós vimos isso, agora, de maneira recente, o efeito dessa política de preços que foi aplicada na Petrobras no seu bolso, para cada brasileiro e brasileira. Olha como está o preço do botijão de gás. O botijão de gás subiu mais de 30% só no último ano. E isso está afetando todos os brasileiros. Mais de 1 milhão de pessoas passaram a cozinhar a lenha, voltando ao século 19. Olha o preço da gasolina, do diesel, que gerou a greve dos caminhoneiros, nós vamos reforçar as refinarias, o pré-sal será nosso e fortalecer a Petrobras como empresa pública, com transparência e com controle social, retomando a geração de empregos e garantindo a soberania nacional.”
Urnas eletrônicas – “Olha, Daciolo, e a todos que estão nos assistindo em casa. Primeiro, eu só queria fazer uma correção, aqui. O Henrique Meirelles fez uma insinuação a respeito de trabalho. Quero dizer que eu não sou banqueiro, eu sou professor, escrevo e ganho minha vida honestamente. Luto ao lado dos sem-teto, com muito orgulho, há 17 anos, de quem precisa de casa. Luto com sem-teto, com sem-terra, só não estou junto com sem-vergonha, como alguns aqui estão. Agora, em relação a isso, as urnas eletrônicas são um sistema que internacionalmente não há qualquer tipo de reparo em relação a ele. Eu não tenho porque ter qualquer tipo de questionamento sobre as urnas eletrônicas, mas nós temos que que questionar outras questões da democracia brasileira. Democracia não pode ser apenas apertar um botão a quatro anos na urna e ir embora para a casa. Democracia tem que ser chamar o povo para a decisão. E é isso que estamos dizendo aqui, com plebiscito e referendos. E o nosso primeiro, em 1º janeiro de 2019, é para revogar os atos criminosos do governo Temer contra o povo.”
Segurança – “O que foi feito nos últimos 30 anos em relação à segurança pública foi tiro, porrada e bomba. Mais repressão, mais policiamento, tropa de choque e não se investiu em inteligência. Para resolver o problema da segurança pública no Brasil, é investindo em inteligência e em investigação. É por isso que 92% dos homicídios não são sequer investigados. Nós vamos fazer isso, e vamos fazer enfrentando o crime organizado de verdade. Porque vamos falar a verdade, o crime organizado, o comando dele não tá no barraco de nenhuma favela, tá mais perto da Praça dos Três Poderes do que da favela da Rocinha. Basta ver helicóptero de senador cheio de cocaína que foi pego, e ficou por isso mesmo. Nós vamos enfrentar o tráfico de armas e munições que é o grande responsável pelos homicídios no país. Investindo em inteligência e em prevenção é o grande caminho para resolver a segurança pública e dar paz ao povo brasileiro.”
‘Velha política’ – “Olha, Daciolo, eu tenho 36 anos de idade. Sou o candidato mais jovem da história do país a concorrer à Presidência da República. Mas, de fato, tem muita gente sem-vergonha na política brasileira. Gente que só cuida dos seus interesses, do seu egoísmo, do seus interesses políticos e partidários e não da maioria do povo brasileiro. E é por isso que nós temos que enfrentar privilégios, é o que nós vamos fazer no nosso governo, sem medo de enfrentar o 1% que está no andar de cima, e governar para os 99%. Vou dar um exemplo aqui de como se financia o Estado hoje no Brasil. Se você tiver uma casa, e for alugar ela, você vai pagar 27,5% de imposto. Agora, se você montar uma imobiliária, você vai alugar 50 casas, e vai pagar 12% de imposto. Agora, se você se associar aqui com candidatos milionários, com Meirelles, com Alckmin, com Bolsonaro, e montar um fundo imobiliário, você vai pagar 1% de imposto. Por isso é que nós vamos fazer uma reforma tributária para que quem tem menos, pague menos, e quem tem mais, pague mais.”
Considerações finais – “Primeiro dizer que parece que a carapuça de ’50 tons de Temer’ serviu ao candidato Geraldo Alckmin. Não por acaso. Mas quero agradecer à RedeTV, agradecer à minha companheira de chapa, Sônia Guajajara, primeira indígena numa chapa presidencial na história desse país e agradecer a você que está em casa e nos acompanhou até agora. Querem fazer você acreditar que o único jeito de ser presidente do país é ter apoio de banqueiro, de grande empresário, é fazer campanha com marqueteiro. Aqui não. Aqui tem outro jeito de fazer política que é com olho no olho, que é política e campanha feita por gente como a gente. Não se deixe enganar. Muitos aqui disseram que são a mudança. Se não fizeram até hoje, não vão fazer. A mudança de verdade é aqui. Vote 50, vote PSOL, sem medo de mudar o Brasil.”