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Brad Delson faz vibrar cordas da guitarra em show

Pedro Antunes

Brad Delson, guitarrista do Linkin Park, quer provar seu ponto, de qualquer maneira. “O que eu mais gosto a respeito da nossa banda é que a gente nunca é uma coisa só”, explica o músico de 39 anos. Nada, muito menos essa frase quase pré-fabricada, é suficiente para fazer com que os desavisados estejam preparados para ouvir as primeiras músicas lançadas de One More Light, o novíssimo álbum do grupo, que chega às lojas e plataformas digitais na próxima sexta, dia 19 de maio.

Por enquanto, as quatro canções já divulgadas como singles – Good Goodbye (com participações do rapper Pusha T e do produtor Stormzy), Battle Symphony, Invisible e Heavy (com vocais da cantora pop Kiiara) – soam anos-luz de distância da zona musical confortável desde a estreia, com o disco Hybrid Theory (2000). São quatro músicas tão pop que, por vezes, parecem ter saído de um disco de Justin Bieber – é sério, ouça a ótima Heavy, na qual o vocalista Chester Bennington mostra que aprendeu a usar seu vozeirão sem precisar rasgar a garganta e perder a voz instantes depois.

À beira do caminho mais pop da carreira de 21 anos – o grupo iniciou suas atividades em 1996, ainda com o nome Xero -, o Linkin Park encarará o público mais roqueiro no Brasil. A banda foi escalada para ser a principal atração do Maximus, festival realizado no Autódromo de Interlagos, o mesmo espaço do Lollapalooza Brasil. Com três palcos, o Maximus oferece uma versão diminuta do Lolla, mas com um foco mais claro na curadoria das 15 bandas que lá se apresentam. A guitarra, ali, é quem comanda. Ganha um ponto positivo o grupo que tiver vocais gritados, inclusive. O line-up inclui Slayer, Ghost e a incrível Prophets of Rage, união de músicos do Rage Against the Machine, Public Enemy e Cyrpress Hill.

O “novo” Linkin Park talvez encontre dificuldade em se encaixar com a safra anterior, de canções pesadas. O grupo decidiu seguir os conselhos do renomado diretor Rick Rubin, que lhes disse: “Façam primeiro as letras, depois as músicas”. A estética difere, embora as canções do grupo ainda sejam centradas naqueles sentimentos angustiantes. One More Light é, basicamente, sobre percepção da mortalidade, algo que passou a cercar os pensamentos dos integrantes do Linkin Park agora que eles já passaram dos 40 anos de idade. “Cantamos essa ideia de que tudo pode acabar a qualquer instante”, diz Delson. “Ao perceber isso, é preciso tentar fazer o melhor possível a cada instante.”

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